O relatório Estado das Finanças para a Natureza alerta que é necessário um investimento de US$ 8,1 trilhões até 2050 para enfrentar com sucesso as crises relacionadas ao clima, à biodiversidade e à degradação da Terra. Atualmente, o montante investido por ano é de US$ 536 bilhões.
O levantamento produzido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Fórum Econômico Mundial e Iniciativa Economia da Degradação da Terra encoraja governos, instituições financeiras e empresas a superar a lacuna de investimento, colocando a natureza no centro da tomada de decisões econômicas no futuro.
No documento, a defesa clara da necessidade de acelerar os fluxos de capital destinados a soluções que endereçam as questões relacionadas ao meio ambiente. No mapeamento, Inger Andersen — diretora-executiva da PNUMA — afirma que a perda da biodiversidade já está custando à economia global 10% de sua produção anual. Se não financiarmos as soluções baseadas na natureza, o impacto nas capacidades dos países de progredir em áreas vitais (educação, saúde e emprego) será comprometido.
Salvar a natureza é, em última instância, alcançar o desenvolvimento sustentável. Reflorestamento, agricultura regenerativa e restauração do oceano são alguns dos investimentos, segundo o relatório, que devem ser feitos pelos países e pelas lideranças das indústrias. No âmbito dos negócios de impacto socioambientais brasileiros já temos algumas soluções inovadoras despontando.
Meu Pé de Árvore nasceu de uma parceria com a Ecoporé, organização com mais de 30 anos de atuação na Amazônia. Fundada por Diogo Barbalho Hungria, Lionan Beijamin Dantas Ferreira e Marcelo Lucian Ferronato, a empresa conduz a intermediação de investimentos para que o plantio de árvores seja feito por agricultores familiares.
A startup viabiliza, dessa forma, a restauração de ecossistemas na Amazônia via recuperação ambiental e implementação de sistemas produtivos de baixo carbono. No cerne do trabalho, os empreendedores estimulam a produção agroecológica de alimentos e de produtos da bioeconomia amazônica, proporcionam a manutenção de importantes serviços ecossistêmicos — como provisão de água, biodiversidade, fibras, polinizadores e sequestro
de CO2 .
Com inovação, a empresa financia diretamente a bioeconomia amazônica ao viabilizar a recuperação ambiental e preservação de agroflorestas e, ao mesmo tempo, empodera agricultores familiares. Viabilizar economicamente a floresta é criar valor dentro do conceito da floresta em pé, por isso, iniciativas empreendedoras como Meu Pé de Árvore são tão importantes.
Maure Pessanha é empreendedora e presidente do Conselho da Artemisia. Texto publicado originalmente no Blog do Empreendedor — Estadão PME.
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