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O Brasil tem 4,7 milhões de desalentados — cidadãos que desistiram de procurar emprego. Entre os motivos, não conseguir o trabalho adequado, não ter experiência e qualificação, ser considerado muito jovem ou idoso e não existir trabalho na região em que reside. Com uma população sem esperança, o País perde muito mais que competitividade. Nesse triste cenário encontram-se, também, inúmeros jovens.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), a taxa de desemprego entre a população de 18 a 24 anos é superior ao índice geral. Em 2018, enquanto a desocupação entre jovens atingiu 25,2% dos brasileiros dessa faixa etária, o percentual total foi de 11,6% no quarto trimestre do ano. O Brasil tem quase 4 milhões de jovens desempregados.
A crise econômica não é o único fator que impacta na empregabilidade dos jovens; eles são afetados, ainda, pela falta de experiência, qualificação, orientação, além da crescente competitividade no mercado de trabalho. Acrescento a essa lista os custos para procurar emprego e para trabalhar, que envolvem barreiras relacionadas à mobilidade urbana e segregação espacial. Esse conjunto de fatores tem um impacto gigantesco no início da vida profissional de garotos e garotas que estão em busca do primeiro emprego.
Nesse contexto desafiador emerge a TAQE — negócio de impacto social focado no setor de empregabilidade que, com tecnologia, real entendimento das demandas do mercado de trabalho e empatia, consegue oferecer uma solução interessante para jovens que enfrentam esse difícil contexto. Com aulas e testes interativos ativados por um aplicativo, os jovens descobrem o próprio potencial, ganham pontos e desbloqueiam vagas de emprego reais, tornando a qualificação e a busca por trabalho algo dinâmico e divertido.
Na prática, estamos falando de um aplicativo de emprego que capacita e recomenda jovens para o mercado de trabalho — inclusive, para vagas que não exigem experiência anterior. A solução foi criada pelos empreendedores Denise Asnis, Ernesto van Peborgh e Renato Dias para simplificar e aprimorar o processo de recrutamento, fazendo um matchentre candidato e emprego ideal. Com o uso de inteligência de dados, a empresa se propõe a resolver alguns dos principais problemas enfrentados pelas empresas na hora de contratar: demora no processo de seleção, milhares de currículos acumulados, desalinhamento entre vaga e perfil, falta de capacitação dos candidatos e alta rotatividade.
De forma gamificada — com aulas e testes em linguagem adequada ao público jovem –, os dados são usados para entender a cultura das empresas, assim como o perfil dos candidatos. A partir disso, o algoritmo cruza as informações para preenchimento das vagas, reduzindo custo e tempo de contratação. Essa assertividade se traduz na redução dos índices de turnover e aumento na produtividade das empresas. O funcionamento é similar aos famosos aplicativos de relacionamento, mas voltado ao mundo dos empregos, usando filtros baseados nas características do usuário, na cultura do negócio e no perfil ideal buscado para determinada vaga.
Para os candidatos jovens, a TAQE traz aprendizado e autoconhecimento na busca por trabalho, tornando a experiência leve e divertida. Depois de se cadastrar com informações básicas, o usuário tem acesso aos testes de personalidade, competências, português e lógica, entre outros. Da mesma forma, o aplicativo oferece aulas interativas que abordam temas como propósito de vida, busca pelo emprego e outros assuntos diretamente relacionados às atividades de trabalho. A cada etapa finalizada, o jovem ganha pontos e, além de desbloquear novas aulas e testes, recebe recomendações de vagas que combinam com seu perfil. Isso torna o processo mais inteligente tanto para ele quanto para a empresa.
“Na análise do impacto social do negócio, destaco que o aplicativo — 100% gratuito para os usuários — atua com inteligência de geolocalização”
Para isso, além de considerar um raio próximo do local contratante, entende de onde vêm os colaboradores atuais da empresa — em locais com transportes diretos — e busca usuários nas mesmas regiões. Desde o lançamento, o número de candidatos cadastrados vem crescendo exponencialmente: hoje, já contabiliza mais de 390 mil pessoas cadastradas e conta com mais de 740 mil matches realizados entre empresas e candidatos.
Negócios que usam tecnologia para gerar impacto social no setor de empregabilidade estão inovando ao criar conexões transformadoras, tendo o ser humano no centro do processo. É o que classifico como empreendedorismo transformador com ênfase em ações empáticas e concretas. Propositivo, esse modo de empreender se dedica a lutar contra a apatia e o desalento ao criar mais acesso a empregos para os jovens brasileiros, que irão construir o futuro de nossa sociedade.
Você é empreendedor(a) de uma startup de impacto? Estamos sempre em busca de novos(as) empreendedores(as) — de todo o Brasil — que queiram gerar impacto positivo em nossa sociedade. Compartilhe mais sobre você e seu negócio AQUI. Se sua solução tiver fit com um dos nossos programas de aceleração, entraremos em contato. 🙂
- Maure Pessanha é coempreendedora e diretora-executiva da Artemisia, organização pioneira no fomento e na disseminação de negócios de impacto social no Brasil
- Texto publicado originalmente no Blog do Empreendedor — Estadão PME.
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