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Ouvir e engajar a população na construção de políticas públicas alinhadas às reais demandas sociais — sobretudo das pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica — são os caminhos mais assertivos para combatermos a desigualdade no Brasil. E, o empreendedorismo de impacto socioambiental pode auxiliar a sociedade neste importante processo de construção da cidadania ativa.
Fundada por Tomaz Vicente e Bruno Rizardi, a startup de design participativo Catálise Social é um excelente exemplo. Negócio de impacto social que reconecta pessoas e governos para catalisar o impacto social por meio da colaboração e da tecnologia, o foco da atuação da Catálise Social está em transformar o jeito que se pensa e faz, no Brasil, políticas públicas — levando em consideração toda a complexidade do ser humano, ou seja, comportamentos, emoções, culturas, vivências, experiências e contradições.
No pilar de difusão do impacto pela tecnologia, o objetivo vai além de desenvolver boas soluções: a proposta é pensar e trazer as pessoas para cocriar iniciativas, já que a tecnologia se torna universal somente quando todos fazem parte do processo.
Com o trabalho de ampliação da participação cidadã em parceria com governos, a Catálise tem por meta fortalecer a democracia, abrindo as portas para que cidadãos possam ser mais ouvidos e representados nas decisões. Criar uma sociedade melhor passa exatamente por essa ampliação da participação popular.
O negócio já ouviu mais de 26 mil pessoas em diferentes meios e processos participativos. Um dos novos instrumentos para viabilizar essa visão é a Pesquizap, uma ferramenta que cria pontes entre os gestores públicos e os cidadãos. Com o suporte de um chatbot atrelado ao WhatsApp, informações qualitativas e quantitativas são coletadas de maneira ágil, digital e democrática.
No passo a passo, a primeira etapa é modelar uma pesquisa com ferramentas de design, na sequência, um questionário é elaborado e programado no chatbot. Os clientes podem acompanhar a taxa de resposta em tempo real e, ao final do processo, recebem uma análise e uma síntese dos dados coletados.
Na percepção dos empreendedores, ouvir os cidadãos antes de desenhar políticas públicas é uma das necessidades e um dos grandes desafios dos governos atuais, sobretudo para combater a implementação de soluções desalinhadas. Hoje, seis em cada dez brasileiros afirmam estar insatisfeitos com os serviços públicos digitais.
Portanto, melhorar a capacidade dos governos de ouvir a população e incluí-la no processo de definição, priorização e implementação de políticas públicas é um caminho promissor para que elas sejam mais humanas e efetivas.
Maure Pessanha é empreendedora e presidente do Conselho da Artemisia. Texto publicado originalmente no Blog do Empreendedor — Estadão PME.
Você é empreendedor(a) de um negócio que gera impacto positivo?
Pensando nos desafios que os(as) empreendedores(as) enfrentam para mensurar o impacto de suas soluções, nós da Artemisia nos juntamos à Agenda Brasil do Futuro e à Move Social para lançar o Guia Prático de Avaliação para Negócios de Impacto Social, disponível para download gratuito AQUI.
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