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4 mulheres dão exemplo de como liderar real transformação nos investimentos

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Em uma conferência sobre investimentos inteligentes, realizada em 2020 e ligada aos Princípios para o Investimento Responsável (PRI) — iniciativa criada por um grupo internacional de investidores institucionais alinhados ao Programa da Organização das Nações Unidas para o Meio Ambiente e ao Pacto Global da ONU –, o gênero dos palestrantes chamou a atenção para uma realidade cada vez mais presente dentro da temática. Eram todas mulheres!

São elas, inclusive, que estão trazendo maior relevância financeira aos temas ambientais, sociais e de governança, o chamado ESG (sigla, em inglês, para environmental, social and governance). A potência feminina tem liderado um modelo para que a comunidade global de investimento contribua com o desenvolvimento de um sistema financeiro mais estável e sustentável.

No Brasil, o tema dos investimentos sustentáveis e de impacto tem se desenvolvido sob a marca do protagonismo feminino. Fernanda Camargo, sócia-fundadora da gestora Wright Capital, é um desses exemplos. Como gestora de patrimônios, ela foi uma das primeiras no País a trabalhar apenas com pessoas que concordam em investir ao menos 1% de seu capital em empresas com impacto socioambiental.

Fernanda, que tem uma sólida trajetória no mercado financeiro e que sempre se dedicou a causas sociais paralelamente, é uma voz muito presente no ecossistema das finanças sustentáveis. Embora muitos julgassem a premissa de Fernanda como uma maluquice, hoje ela é uma grande referência.

Outra mulher que tem um histórico robusto em trabalhar com transformação social e que desde a universidade atua no tema é Marina Cançado. Reconhecida em 2018 como jovem talento na lista Under30, da revista Forbes Brasil, Marina já foi empreendedora — fundou a Tellus, organização que cria soluções inovadoras para governos e serviços entre outras iniciativas.

Fora da esfera pública, ela tem trabalhado com o recurso de herdeiros interessados em investir dentro de critérios sociais responsáveis para além da filantropia. Hoje, ela atua como líder de Sustainable Wealth, no grupo financeiro XP Inc.

Jéssica Silva Rios, sócia da Vox Capital — fundo de investimento de impacto pioneiro no Brasil –, também se enquadra nesse grupo de líderes femininas da temática dos investimentos de impacto. Premiada pelo Top Women Investing in Latin American Tech, reconhecimento criado para trazer visibilidade para as mulheres que atuam com venture capital na América Latina, ela atua com alocação de investimento para empresas que estão desenvolvendo soluções escaláveis para problemas que acometem a população em situação de vulnerabilidade social e econômica, buscando impacto social e retorno financeiro.

Jéssica tem contribuído muito diretamente com empreendedores e organizações de fomento, como a Artemisia, no melhor entendimento e na gestão das questões que envolvem a mensuração de impacto social. Dentro da Vox Capital, ela é a líder de mensuração e gestão de impacto do portfólio de investimentos do fundo.

Uma outra liderança no cenário das finanças sociais é Andrea Kestenbaum, sócia-fundadora e CEO da Positive Ventures. Andrea tem larga experiência em empreendedorismo e gestão, tendo participado de companhias no setor de serviços, varejo e comércio internacional na qualidade de investidora e executiva.

Na Positive Ventures, ela tem buscado negócios inovadores de base tecnológica com real potencial de escala e que trazem retorno financeiro para os acionistas; empresas que nascem com a intenção de resolver um desafio socioambiental atrelado aos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), da ONU. Andrea os chama de investimentos decisivos, isto é, que são amparados por evidência e fazem a diferença para o alcance de um modelo econômico mais sustentável e inclusivo.

Fernanda, Marina, Jéssica e Andrea são algumas das vozes atuantes no setor das finanças sustentáveis e de impacto que tenho o privilégio de acompanhar. Felizmente, temos muitas outras mulheres atuando nesse tema no Brasil como protagonistas. Em comum, todas elas estão, de forma prática, atuando na temática em suas organizações; e exercem um papel importante de colaboração e fomento da causa como um todo, protagonizando a mentoria de empreendedores, ajudando outros investidores, produzindo conhecimento e participando de redes que buscam avançar para um futuro no qual o fluxo do dinheiro possa nutrir soluções para as mudanças climáticas e para a desigualdade.

Maure Pessanha é empreendedora e diretora-executiva da Artemisia. Texto publicado originalmente no Blog do Empreendedor — Estadão PME.

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