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Mesmo em época de pandemia, outras doenças não dão trégua. As medidas de distanciamento social e as novas priorizações para conter a expansão do novo coronavírus estão imprimindo um impacto negativo ao diagnóstico e tratamento de muitas outras doenças, em especial do câncer. Mais de 50 mil brasileiros deixaram de ter o diagnóstico desde o início da pandemia da covid-19, de acordo com as Sociedades de Patologia e de Cirurgia Oncológica.
Nesse período, por medo de ir a hospitais e clínicas, a população cancelou consultas, resultando na redução do número de exames e biópsias. Segundo o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, o número de pacientes caiu 30%; no Hospital AC Camargo, a queda foi de 65% da taxa de pacientes novos, 87% em exames diagnósticos e de 50% a 80% em número de consultas (comparativo entre abril de 2019 e 2020).
Pacientes oncológicos, muitas vezes, sofrem com a queda na imunidade devido à doença ou por causa dos tratamentos aos quais são submetidos, por isso é indispensável manter o cuidado redobrado durante esse momento. Mas como uma startup de impacto social pode conciliar a demanda de manter o acompanhamento do tratamento do câncer e o distanciamento social? A resposta está na inovação tecnológica.
Em 2014, os empreendedores César Filho e Lorenzo Cartolano enfrentaram os desafios e encararam a dor da jornada contra o câncer que acometeu as mães de ambos. Dessa experiência surgiu a vontade de apoiar milhares de pacientes que passam por tratamentos oncológicos no País por meio de uma solução baseada em evidências médicas e que permite acompanhar a evolução clínica dos casos a distância.
WeCancer, ferramenta de suporte digital, proporciona mais conforto e cuidado ao paciente oncológico, ou seja, uma combinação de tecnologia e assistência por meio de uma plataforma orientada para acompanhar o caso clínico e a evolução dele fora do centro de tratamento. Com ela, as equipes médicas podem realizar uma assistência proativa com questionários simples capazes de detectar progressos ou complicações em cada fase da doença.
Na prática, é uma solução que tem o paciente no centro do processo, envolvendo médicos, hospitais, cuidadores, indústria farmacêutica, familiares, enfermeiros e cuidadores na missão de dar suporte à saúde.
No chat, os pacientes podem interagir com os profissionais de saúde, tirar dúvidas, receber acolhimento e cuidado. Uma agenda permite ao usuário ter lembretes sobre medicamentos e compromissos, além da indicação de conteúdos confiáveis para combater fake news que impactam negativamente o tratamento.
Os dados da saúde física e psicoemocional do paciente são a base para gráficos que podem ser acessados pelo médico ou médica durante a consulta — o que garante um tratamento mais individualizado, tendo por principais benefícios a melhora na identificação dos sintomas, acesso a informações de apoio às decisões clínicas, economia de tempo na consulta, foco e facilidade na comunicação com o paciente quando estiver em casa.
É exatamente esse conjunto de funcionalidades que dialoga com o momento de distanciamento social, preservando o paciente oncológico — que apresenta maior vulnerabilidade diante do novo coronavírus. Por meio da Central de Alertas, o centro de tratamento do paciente recebe notificações sobre o estado do paciente e os profissionais de enfermagem são avisados sobre eventuais efeitos adversos.
Em tempo real, é possível tirar dúvidas com profissionais especializados, ou seja, o paciente pode ter suporte para questões sobre nutrição, como tomar medicamentos, fazer curativos — dúvidas que podem ser resolvidas a distância. Ao baixar o aplicativo, o paciente oncológico pode, gratuitamente, tirar dúvidas; caso precise de atendimento especial, o WeCancer encaminhará para um dos nutricionistas e psicólogos, também sem custo.
Uma outra iniciativa conduzida pelos empreendedores é disponibilizar a solução gratuitamente para hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) que possuem atendimento oncológico. Na jornada de pacientes e seus familiares contra o câncer, a tecnologia se mostra um poderoso aliado, sobretudo quando desenvolvida por empreendedores de impacto social que transformam as dores pessoais em empatia e ação solidária em prol da coletividade.
Maure Pessanha é empreendedora e diretora-executiva da Artemisia. Texto publicado originalmente no Blog do Empreendedor — Estadão PME.
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