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Investir em empregos sociais impulsiona atividade econômica e gera mobilidade social

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Fórum Econômico Mundial, em sua reunião anual de 2022, defendeu que a busca pela recuperação global de empregos está diretamente ligada ao fortalecimento da resiliência e do dinamismo das economias, das empresas e das sociedades. Na visão propagada pelo relatório, investir em empregos na educação, saúde e nos cuidados pode render um triplo dividendo: impulsionar a atividade econômica, expandir as oportunidades de emprego e gerar mobilidade social.

Um dos exemplos trazidos é a nova modelagem da economia americana que sugere que investir US$ 1 em empregos sociais renderá um retorno de US$ 2,3. Esse modelo traz uma estimativa de US$ 1,3 trilhão em empregos sociais futuros que têm potencial de liberar US$ 3,1 trilhões em retorno do Produto Interno Bruto (PIB) e criar 11 milhões de empregos até 2030.

Produzido em colaboração com a Accenture, o relatório conclui que os aumentos associados à produtividade, ao PIB e a mercados de trabalho levarão a um incremento paralelo nos salários reais. Auxiliados pela tecnologia e por melhores habilidades, os empregos do futuro têm o potencial de elevar os padrões de vida globalmente.

“Depois de mais de dois anos de turbulência na economia global e uma perspectiva incerta contínua, os líderes precisam apoiar os trabalhadores na direção de um futuro que funcione para todos. Empregos com salários mais altos, mais qualidade e prontos para o futuro são possíveis e beneficiam empresas, trabalhadores e economias”, apontam os autores do estudo.

A visão de mundo defendida pelo relatório é que, após as rupturas dos últimos anos, há uma oportunidade de desenvolver uma nova forma de enxergar o futuro do trabalho — que deve dialogar com a Nova Economia e as sociedades.

Cinco questões-chave, entretanto, devem ser consideradas para garantir a eficiência de iniciativas de fomento: volatilidade nos salários e no custo de vida; divergência na demanda por flexibilidade; pandemia silenciosa no bem-estar; erosão nos ganhos de diversidade, equidade e inclusão; e a necessidade de uma revolução de requalificação.

Com uma população global que deve chegar aos 8,5 bilhões em 2030, a oferta de serviços básicos, que garantam uma vida decente, precisará se expandir para suprir as deficiências sociais existentes e as que estão por vir. O subinvestimento em infraestrutura social nos trouxe uma erosão da mobilidade socioeconômica, fazendo com que as perspectivas para as novas gerações — crianças nascidas nas famílias em situação de vulnerabilidade social — sejam bastante sombrias. O motor da mobilidade social, como bem diz o relatório, deve ser religado a partir de investimentos sólidos, capazes de promover um ambiente mais inclusivo e sustentável.

Os negócios de impacto social têm um papel fundamental nessa visão, sobretudo, porque podem auxiliar nos desafios das questões-chave. Já temos, no Brasil, negócios que endereçam a requalificação dos profissionais diante do futuro do trabalho, que atuam na diversidade, equidade e inclusão e que endereçam a inclusão produtiva de brasileiros e brasileiras em situação de vulnerabilidade social e econômica. Nos próximos artigos, trarei exemplos dessa nova geração de empreendedores sociais.

Maure Pessanha é empreendedora e presidente do Conselho da Artemisia. Texto publicado originalmente no Blog do Empreendedor — Estadão PME.

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