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Startup social premiada pela ONU, Hand Talk é exemplo do alto impacto da tecnologia assistiva

[Da esquerda para a direita, Ronaldo Tenório, Thadeu Luz e Carlos Wanderlan, fundadores da Hand Talk. Foto: Agência Na Lata]

Com perspectiva de crescer 25% em faturamento, a Hand Talk deve ampliar em 30% o número de palavras traduzidas para pessoas surdas; hoje, a marca é de 1,3 bilhão de palavras

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que até 2050 quase 2,5 bilhões de pessoas no globo terão algum grau de perda auditiva. Hoje, mais de 1,5 bilhão de habitantes no mundo têm algum tipo de deficiência no aparelho auditivo e cerca de 80% deles não são fluentes nas línguas escritas dos seus respectivos países. Na prática, uma grande parte desses cidadãos é alfabetizada em Línguas de Sinais — e dependem delas para se comunicarem. No Brasil, um negócio de impacto focado em tecnologia assistiva revolucionou essa comunicação.

Criada há mais de uma década por Ronaldo Tenório, Carlos Wanderlan e Thadeu Luz, a Hand Talk nasceu para quebrar as barreiras de comunicação, no Brasil e no mundo, entre pessoas surdas e ouvintes por meio da tecnologia. O aplicativo funciona como um tradutor de bolso que converte, automaticamente, texto e voz para Libras e ASL (Língua de Sinais Americana).

Com a ajuda de tradutores virtuais, Hugo e Maya, o aplicativo conta, também, com uma seção educativa, composta por vídeos que ensinam sinais e expressões para os interessados em conhecer melhor a linguagem.

Hoje, já são mais de 8 milhões de downloads; mais de 1.000 sites que contam com o Hand Talk Plugin (ferramenta B2B, que com apoio da inteligência artificial promove acessibilidade para a web), no Brasil e nos Estados Unidos; e premiações globais como a conquista do título de “Melhor Aplicativo Social do Mundo”, concedido em 2013 pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Conversando com Ronaldo Tenório, ele salienta que grande parte das pessoas surdas vive como estrangeiras em seu próprio país — sem conseguirem se comunicar com pessoas ouvintes ou conseguir entender o que está escrito em placas ou sites. A surdez é uma deficiência invisível, que torna a falta de comunicação um enorme desafio para o desenvolvimento da cidadania. Esse entendimento foi, segundo o empreendedor, um motivador para a criação dessa inovação disruptiva.

A ideia da solução surgiu anos antes do negócio. Em 2008, quando Ronaldo cursava Comunicação Social, em uma das aulas foi demandado a criar um produto inovador; desafiado a unir duas grandes paixões — tecnologia e comunicação –, pensou que a comunidade surda poderia se beneficiar com uma ferramenta de tecnologia assistiva. O projeto ficou guardado até 2012, quando se juntou aos sócios: Carlos, desenvolvedor de softwares, aplicativos e analista de sistemas; e Thadeu, arquiteto especializado em animação 3D.

Em 2024, de acordo com Ronaldo, a perspectiva é crescer 25% em faturamento — em comparação com o ano passado –; ampliar o número de palavras traduzidas em 30% (acréscimo a 1,3 bilhão de palavras já traduzidas); e lançar soluções inovadoras no início de 2025.

Pensando nos desafios que os empreendedores sociais de todo o Brasil enfrentam para mensurar o impacto de suas soluções, a Artemisia se juntou à Agenda Brasil do Futuro e à Move Social para lançar o Guia Prático de Avaliação para Negócios de Impacto Social, disponível para download gratuito.

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