[Iseli Reis (esquerda) e Julia Yumi, empreendedoras da Fleximedical. Foto: Camila Coradete]
Fleximedical faz atendimentos em unidades instaladas em áreas urbanas, rurais e ribeirinhas
No Brasil, de acordo com dados de 2020 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma pessoa precisa percorrer 72 quilômetros, em média, para receber um atendimento médico de baixa ou média complexidade. Essa realidade indica a urgência em democratizar o acesso à saúde no país — algo que pode se estabelecer por meio da inovação de negócios de impacto social como a Fleximedical, empresa fundada em 2005 por Roberto Kikawa (in memoriam) e liderada por Iseli Reis, Ivan Paulo Yoshimoto e Julia Yumi.
Com a proposta de valor de levar estrutura e serviços de saúde até o paciente — via consultas, exames, cirurgias e outros procedimentos –, a Fleximedical atua na construção e na arquitetura de unidades de saúde móvel dedicadas a atendimentos de baixa complexidade, além de oferecer consultoria para estruturação de projetos assistenciais.
Os espaços construídos — customizados de acordo com a necessidade da região e da comunidade nas quais o negócio irá atuar — são estruturados para comportar cabines para telemedicina, centros cirúrgicos, salas de tomografia, entre outros. A Fleximedical presta serviços para governos e empresas, além de institutos, convênios e organizações sociais.
Em 2023, o negócio foi selecionado para a segunda edição do programa ImpactaMOB — realizado pela Artemisia em parceria com a Fundação Grupo Volkswagen –, e implementou um programa-piloto na cidade de São Bernardo do Campo, em São Paulo.
Com a criação de uma unidade móvel enxuta, montada em uma base veicular, o espaço se tornou um ponto de apoio para agentes municipais comunitários, que são profissionais da Secretaria de Saúde, para a realização de serviços de vacinação, atendimentos com psicólogos, nutricionistas e dentistas; fornecimento de medicação com orientação de uso; entre outros.
Entre os benefícios da instalação da unidade móvel está o fato de possibilitar a realização de serviços de saúde próximo às casas dos moradores, evitando custos com transporte dos cidadãos e dando apoio ao trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde da região.
Com a premissa de que os serviços de saúde devem chegar a brasileiros e brasileiras mais vulneráveis, ao longo de novembro e dezembro de 2023, a unidade criada para a prefeitura de São Bernardo do Campo esteve presente na região do Parque dos Químicos (bairro do Alvarenga) — um território com baixos indicadores sociais. No local, a maioria das famílias vive com até um salário-mínimo, sendo que um terço dos domicílios não tem pavimentação; apenas 4% das residências estão conectadas à rede de coleta de esgoto; e 14% não possuem energia elétrica.
De acordo com informações fornecidas pela equipe do negócio, durante a pandemia, a Fleximedical reforçou a proposta de democratizar o acesso da população mais vulnerável ao Sistema Único de Saúde: foram 90 carretas, ônibus, vans e contêineres customizados, que foram deslocados para regiões com alto índice de pacientes infectados com a Covid-19.
Nesse período, 100 mil pessoas usaram as estruturas adaptadas. O negócio contabiliza mais de três milhões de pessoas atendidas — pelo SUS e pela saúde privada –, nas unidades em áreas urbanas, rurais e ribeirinhas.
- Maure Pessanha é empreendedora e presidente do Conselho da Artemisia. Texto publicado originalmente no Blog do Empreendedor — Estadão PME.
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