[:pt]
Em pesquisa, a Frost & Sullivan estima que o potencial do mercado global de femtechs — startups que utilizam tecnologia para melhorar a saúde e o bem-estar das mulheres — é de US$ 50 bilhões até 2025, e envolve soluções de fertilidade, gravidez, cuidados menstruais, menopausa, entre outras.
A análise mostra que a pandemia gerou um impacto negativo dramático nas saúdes física e mental das mulheres, revelando que, embora as soluções de saúde digital tenham recebido impulso recentemente (financiamento de mais de US$ 1 bilhão nos últimos três anos), há uma escassez de startups que enderecem desafios como miomas, síndrome de ovários policísticos, problemas de tireoide, endometriose, saúde pélvica e cuidados antes, durante e pós-menopausa.
A estimativa deste potencial está amparada por dados que apontam que 90% das mulheres, no mundo, decidem os gastos de saúde familiar e influenciam amigos; 80% dos gastos diretos com saúde doméstica são feitos por elas; 50% dos clientes globais de saúde são mulheres; e elas representam 80% dos profissionais do setor.
De acordo com a análise da consultoria — que há seis décadas é reconhecida pelo papel em ajudar investidores, líderes corporativos e governos a identificar tecnologias disruptivas e oportunidades de negócios –, há cinco fatores críticos para esse mercado global de femtechs prosperar:
– o primeiro é a acessibilidade dos empreendedores a programas de apoio;
– seguido por impulsionar a adoção e adesão por meio de políticas governamentais e agências de seguro;
– depois, parcerias B2B (business to business) com hospitais públicos, empresas de saúde, entidades de saúde pública e ONG;
– além de modelos customizados de receita;
– e soluções acessíveis e focadas nos aspectos menos explorados da saúde da mulher.
Na minha percepção, muitos desses fatores críticos falam sobre tornar as soluções acessíveis para as mulheres em situação de vulnerabilidade social e econômica. E isso conversa muito com o ecossistema brasileiro de negócios de impacto socioambiental.
No Brasil, negócios de impacto já atuam com temáticas diretamente relacionadas, combatendo a pobreza menstrual — como mostrou reportagem do Estadão, destacando entre as empresas a Korui como exemplo da possibilidade de criar soluções que endereçam diretamente os desafios amplos que envolvem a saúde feminina.
Em última análise, a expansão das femtechs no País representa uma sólida tendência para os próximos anos à medida que o segmento de healthtech esteja atento para essa oportunidade.
Maure Pessanha é empreendedora e presidente do Conselho da Artemisia. Texto publicado originalmente no Blog do Empreendedor — Estadão PME.
Você é empreendedor(a) de um negócio que gera impacto positivo?
Pensando nos desafios que os(as) empreendedores(as) enfrentam para mensurar o impacto de suas soluções, nós da Artemisia nos juntamos à Agenda Brasil do Futuro e à Move Social para lançar o Guia Prático de Avaliação para Negócios de Impacto Social, disponível para download gratuito AQUI.
[:]