Artemisia

Você já pensou em empreender nos setores de saúde, educação ou habitação?

Que tal um negócio que pudesse dar acesso às pessoas mais vulneráveis à saúde, à educação ou à moradia de qualidade? Que tal se esse negócio fosse muito lucrativo e resolvesse um problema social? Ou você pensa que isso é só para o governo, as ONGs ou as grandes corporações?

Felizmente existe uma parcela considerável de empreendedores, pioneiros e corajosos que estão empreendendo nessas áreas. Esses empreendedores são movidos por dois impulsos: o primeiro deles é o forte compromisso em impactar positivamente as pessoas que não têm acesso à saúde, à educação ou à moradia de qualidade e a segunda é a percepção de que esses setores apresentam inúmeras oportunidades para a abertura de um negócio.

Tomemos como exemplo o setor de saúde. Segundo dados do Estudo sobre oportunidades de negócios de saúde para a população de baixa renda no Brasil, realizado pela consultoria Prospectiva e pela organização internacional Potencia Ventures, o SUS ainda é a única porta de acesso a serviços de saúde a 67% da população de baixa renda no Brasil. As principais deficiências apontadas são: a ausência e a má qualidade de serviços de urgência e emergência, a má qualidade do atendimento nos centros e/ou postos de saúde e a falta de médicos especialistas.

Tais questões representam lacunas e mazelas do sistema de saúde e se por um lado são deficiências, podem se transformar em oportunidades de negócios que realmente ajudem a melhorar a qualidade de vida da população. Pegue por exemplo a Kidopi que oferece soluções de eficiência na logística de recursos hospitalares de urgência e emergência. A empresa está desenvolvendo uma tecnologia que permite maior inteligência na eficiência da gestão e na ocupação de leitos, principalmente em situações emergenciais e de urgência.

Seus empreendedores vêm da área biomédica, de clínica médica e de urgências. Decidiram abrir a empresa porque sabem que a prontidão do atendimento médico de urgência reduz de forma considerável o tempo de permanência do paciente no hospital e o risco de sequelas. Além disso, a gestão eficiente do fluxo hospitalar gera redução de custos de operação.

A Kidopi é um exemplo de empresa que surgiu a partir do incômodo percebido por seus empreendedores com a realidade hospitalar e de um forte compromisso em mudar essa situação. Existem inúmeras outras empresas que estão surgindo com o propósito de causar um impacto positivo na vida das pessoas que mais precisam. Elas atuam nas áreas de saúde e educação, entre outras. São setores em que as pessoas tinham muito medo de arriscar devido ao excesso de regulamentação ou simplesmente por não serem os tradicionalmente mais atraentes para empreender.

Felizmente isso está mudando. Os chamados negócios sociais, negócios com impacto ou negócios com causa estão ganhando cada vez mais força, provando que são lucrativos e o mais importante: ampliam o acesso a uma vida plena e o poder de escolha para as pessoas que mais precisam.

*Artigo publicado originalmente no site da Pequenas Empresas & Grandes Negócios.

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