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Destinada a famílias compostas por pais e mães-solo, iniciativa oferece moradia e serviços coletivos como babás, reforço escolar e assistência jurídica.
Os negócios de impacto social estão em franca expansão não somente no Brasil, mas em diversos países. Pesquisadora ativa da temática, tenho encontrado iniciativas interessantes e criativas — empresas que têm como bússola a resolução de um problema que afeta as populações menos favorecidas.
Um exemplo recente que ganhou destaque na imprensa francesa é o da startup Commune, que anunciou a abertura, em 2023, de duas primeiras unidades de coliving voltadas a famílias monoparentais. A solução de habitação compartilhada é um empreendimento de Tara Heuzé-Sarmini e Ruben Petri.
De acordo com dados do Institut National de la Statistique et des Études Économiques (INSEE) — órgão oficial responsável pela coleta, análise e publicação de dados socioeconômicos da França –, uma em cada quatro famílias no país é monoparental; em Île-de-France, a proporção sobe para um terço.
No dia a dia, essas famílias estão mais sujeitas à precariedade, comprometendo o futuro das crianças. Esse problema é o que a startup Commune pretende enfrentar com a oferta de habitação e serviços às famílias monoparentais; a estrutura permite uma economia de até 30% no orçamento desses pais e dessas mães-solo.
Em entrevista ao Les Echos, os empreendedores apontam o desejo de ajudar pais e mães-solo a organizar as finanças por um período de um a três anos; nesse tempo, o compartilhamento de habitação permitirá reduzir a carga mental e ajudará a encontrar equilíbrio para cuidar melhor das crianças. Na habitação, além do alojamento privado mobiliado, cada família — composta de pai ou mãe com até dois filhos — contará com espaços compartilhados formados por cozinha e sala de jogos, entre outras áreas comuns.
Estão previstas atividades de convívio e serviços coletivos como babá, reforço escolar, aulas de esporte, assistência jurídica, entre outros. O custo mensal será de 1.390 euros (com encargos e serviços incluídos) e deve beneficiar famílias com renda entre 35 mil e 55 mil euros. Recentemente a Commune foi uma das cinco startups selecionadas a integrar o Impact Program, iniciativa lançada pela Columbia Venture Community — uma comunidade de empreendedorismo associada à Columbia University.
O empreendimento está sendo viabilizado graças a um investimento de 1,5 milhão de euros feitos por investidores-anjo (Benjamin Abdi, cofundador da Lalilo; Olivier Bonnet, CTO da BlaBlaCar; Celine Lazorthes, cofundadora da Resilience Care; e Céline Orjubin, cofundadora da MyLittle Paris); family offices (Maison Julien & Kelly Dassault, empresa especializada no financiamento de negócios de impacto) e do Banco Público de Investimento. Atualmente, a Câmara Municipal de Paris está avaliando as candidaturas de famílias para ocuparem as unidades de Paris e Yvelines; cada uma deve acomodar cerca de 25 famílias.
No site do negócio de impacto francês, a missão resume muito bem o intuito dos empreendedores: oferecer uma solução completa e acessível de habitação e serviços para que as famílias monoparentais possam viver, crescer e prosperar!
*Maure Pessanha é empreendedora e Presidente do Conselho da Artemisia. Texto publicado originalmente no Blog do Empreendedor — Estadão PME.
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