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Contexto do Estudo

A inclusão financeira só se materializa quando produtos e serviços financeiros atendem às reais necessidades da população de baixa renda.

A falta de acesso à educação financeira e a serviços financeiros adequados à realidade da baixa renda brasileira são barreiras críticas para utilização mais eficiente dos serviços existentes e para inclusão financeira dessa parcela da população. Acreditamos que negócios de impacto social podem contribuir para mudar esse cenário ao oferecerem soluções inovadoras para os diversos desafios enfrentados por essa grande parcela da sociedade.

Pensando nisso, com apoio da Aspen Network of Development Entrepreneurs e da MetLife Foundation, apresentamos a Tese de Impacto Social em Serviços Financeiros - estudo inédito que reúne informações sobre os desafios enfrentados na temática - e aponta as oportunidades para o desenvolvimento de negócios de impacto social que possam contribuir de forma positiva à sociedade.

Quando falamos em classe CDE:

60% da população brasileira

(112,4 milhões de pessoas)

vive com até R$22 por dia

ESTUDO PLANO CDE

O QUE É INCLUSÃO
FINANCEIRA?

INCLUSÃO FINANCEIRA NÃO É
BANCARIZAÇÃO

Desde 2013, o Banco Central denomina inclusão financeira como acesso, uso e uso com qualidade de Cidadania Financeira – nome que indica como políticas de inclusão estão associadas à efetivação de direitos. Muitas vezes, considera-se incluído alguém que possui uma conta bancária. Contudo, a simples bancarização sem qualidade de uso gera um grupo de cidadãos e consumidores conhecidos no mercado como underserved - ou mal servidos - pelo sistema financeiro. É um público com acesso a produtos e serviços caros, de baixa qualidade e juros exorbitantes. Por isso, levamos em conta neste estudo também as pessoas bancarizadas, mas que são mal servidas, e que merecem:

  • Acesso a serviços adequados às suas reais necessidades
  • Uso com qualidade de serviços para melhor saúde financeira

Acesso

O acesso representa o alcance à bancarização (abertura de conta) e a disponibilidade dos serviços e produtos financeiros ofertados. Entretanto, ter acesso a uma conta ou serviço não necessariamente se converte em uso destes produtos. A falta de uso denota pouca adequação dos serviços às necessidades reais da população de menor renda.

Uso

O uso relaciona-se à intensidade, extensão e profundidade de utilização dos serviços e produtos financeiros. O uso destes instrumentos já pode ser considerado um avanço de Cidadania Financeira, pois implica que os produtos são minimamente adequados às necessidades daquele cidadão. No entanto, produtos pouco apropriados podem gerar alto endividamento, dificuldade de poupança, etc., se não acompanhados de transparência e educação financeira para o uso qualificado.

Uso com qualidade

Uso com qualidade é diferente de apenas “uso”. Representa o uso sem endividamento, o aumento da poupança, de acordo com necessidades da baixa renda. O atributo “qualidade” é o mais difícil de ser medido. No entanto, a partir de estudos qualitativos e casos de aumento de endividamento em processos de bancarização, podemos encontrar oportunidades de melhora na oferta de serviços que leve à melhor utilização pela população excluída do sistema financeiro formal.

VOCÊ SABE O QUE SÃO FINTECHS?

Fintechs são empresas que promovem inovações nos mercados financeiros por meio do uso intenso de tecnologia, com potencial para criar novos modelos de negócios. Estamos vivendo um momento propício para surgimento de Fintechs que buscam resolver gargalos do sistema financeiro pelos seguintes motivos:
Fonte: Banco Central

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Desafios

Contas e Meio de pagamento

65% dos brasileiros acessam o sistema financeiro
principalmente por casas lotéricas.

Série cidadania financeira n.3. 2016. (Banco Central)

ALTA BANCARIZAÇÃO, POUCO USO

Ao longo do tempo, a bancarização cresceu a uma taxa maior do que o próprio crescimento populacional. Atualmente mais de 80% dos brasileiros adultos têm um relacionamento bancário - contudo, nas classes CDE, 57% afirmam possuir conta bancária e apenas 7% usam a conta mais de uma vez por mês (os demais não utilizam a conta ou apenas sacam o salário de uma vez).

DINHEIRO EM ESPÉCIE AINDA EM ALTA

Entre 2013 e 2018, aumentou o número de brasileiros que recebem o salário em depósitos. No entanto, o meio de pagamento mais utilizado ainda é o dinheiro vivo. O número de trabalhadores que recebem remuneração em espécie ainda é de 34%, sendo que 46% das pessoas que recebem em espécie são formalizados.

DESCONFIANÇA DO DIGITAL

Hoje mais de 80% da população CDE tem acesso à tecnologia mobile. Apesar do aumento da digitalização, existe uma resistência em realizar transações bancárias por meios eletrônicos. A desconfiança, além da preferência por pagamentos em espécie, gera pouco uso dos serviços financeiros online.

CORRESPONDENTES BANCÁRIOS

Os últimos 4 anos mostram redução do número de correspondentes bancários pelo país. A oferta desses pontos (lotéricas, correios e locais que, além de sua atividade principal, oferecem serviços de alguma instituição financeira) é de extrema importância para o acesso a serviços financeiros, principalmente em regiões periféricas, onde a presença de agências bancárias é incipiente. Contudo, a inclusão financeira gerada pelos correspondentes ainda é parcial, pois não oferecem todos os serviços de uma agência bancária.

Evolução do número de pontos de atendimento de sistema financeiro por 10 mil habitantes por município

fonte: Série Cidadania Financeira, n.3, Banco Central, (2016).

O celular eu utilizo para ver se caiu o dinheiro na conta e para ver saldo. Eu não tenho o hábito de fazer transferência (...), prefiro usar o computador de casa que eu acho que é mais seguro” homem, 36 anos, classe C)

CRÉDITO

O acesso a crédito permite que famílias adquiram bens, inclusive de necessidade básica. No entanto, estudos mostram que a má gestão do crédito tem impacto negativo na capacidade de poupança das famílias. Muitas passam a usar os limites e parcelas sem juros como um falso “complemento de renda”.

Mais de 85% dos brasileiros não têm
acesso a nenhuma forma de crédito

Plano CDE *Segmentação em Inclusão Financeira no Brasil* (2016)

SEM HISTÓRICO, SEM CRÉDITO

Como a população de baixa renda é menos bancarizada, instituições financeiras não constroem histórico deste perfil e, consequentemente, não concedem crédito. O cadastro negativo de 41% dos adultos no país também é um empecilho de crédito para este público.

Eu tenho que poupar. Para mim, conseguir um financiamento é raríssimo

(Homem, 32 anos, morador de comunidade e com renda variável informal)

PLANEJAMENTO E POUPANÇA

As famílias de baixa renda apresentam dificuldades de organização financeira e geração de poupança por duas razões principais: variação de renda (fruto da informalidade) e má gestão do acesso a crédito.

Analisando o recorte de famílias das classes CDE, apenas 27% pouparam algum valor no último ano e 17% possuem uma reserva de um mês de renda, aponta o Plano CDE “Segmentação e Inclusão Financeira no Brasil”, de 2016.

É porque eu pago a internet e a minha esposa paga a luz, eu pago o mercado e a minha esposa paga a natação, sabe? Não é confuso. Por exemplo, a minha esposa paga a água e eu pago a luz, mas se ela não conseguir pagar a água, eu vou ter que pagar, daí já mudou o meu planejamento, entendeu?

Fonte: Plano CDE “Diários Financeiros 2.0” 2018

população que realiza poupança para a velhice por renda (% maiores de 15 anos)

entre os 60% da população mais rica do brasil

População mais Rica

Poupam para velhice

entre os 40% da população mais pobre do brasil

População mais Pobre

Poupam para velhice

ACESSO AO CRÉDITO X HÁBITO DE POUPAR

O acesso a crédito permite que famílias adquiram bens, inclusive de necessidade básica. No entanto, estudos mostram que a má gestão do crédito tem impacto negativo na capacidade de poupança das famílias. Muitas passam a usar os limites e parcelas sem juros como um falso “complemento de renda”.

SEGUROS

70% foi o crescimento do mercado
de seguros em participação do PIB, desde 2001...

...mas, na baixa renda, o uso de seguros ainda é muito baixo, independente do acesso a outros produtos financeiros

O acesso a seguros esbarra em obstáculos de confiança, custo e conhecimento do produto por uma população ainda distante do mercado financeiro formal. Há um desafio de criar produtos de entrada, que ajudem a quebrar a barreira de desconfiança com o banco e com o meio digital, para permitir aumento na penetração de produtos mais complexos.

QUAIS AS OPORTUNIDADES?

EMPREENDEDORISMO DE IMPACTO SOCIAL E INCLUSÃO FINANCEIRA

Acreditamos que negócios de impacto social - por nascerem com a intenção de oferecer produtos/serviços focados na resolução de problemas de nossa sociedade de forma escalável - são capazes de mudar o cenário que vimos acima. Diante das problemáticas mapeadas, levantamos as principais oportunidades para empreender fintechs que possam gerar alto impacto social.

As mudanças de contexto regulatório e os desafios da população em situação de vulnerabilidade para acesso e uso com qualidade dos serviços financeiros apontam para grandes oportunidades para negócios gerarem impacto.

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Tá ansioso(a) para já ver as oportunidades?
Confere aqui abaixo a versão resumida!

OPORTUNIDADES PARA FINTECHS DE IMPACTO NO CONTEXTO DOS DESAFIOS DE INCLUSÃO FINANCEIRA

OPORTUNIDADES PARA FINTECHS DE IMPACTO NO CONTEXTO DAS MUDANÇAS REGULATÓRIAS

Quebrando o mito que as regulamentações são barreiras para as fintechs, elencamos aqui as mudanças no cenário regulatório e em políticas públicas que propiciam oportunidades para novos modelos de negócio que queiram gerar impacto social no setor.

REALIZADORA

Correalizador Atemisia

A Artemisia é uma organização sem fins lucrativos, pioneira na disseminação e no fomento de negócios de impacto social no Brasil. A organização apoia negócios voltados à população de baixa renda, que criam soluções para problemas socioambientais e provocam impacto social positivo por meio de sua atividade principal. Sua missão é identificar e potencializar empreendedores(as) e negócios de impacto social que sejam referência na construção de um Brasil mais ético e justo. A organização já acelerou mais de 100 negócios de impacto social no Brasil e capacitou outros 300 em seus diferentes programas. Fundada em 2004 pela Potencia Ventures, possui atuação nacional e escritório em São Paulo. artemisia.org.br

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