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Um levantamento global do Fórum Econômico Mundial, que analisou os impactos dos investimentos em novas tecnologias de geração de energia, apontou que a estimativa para o Brasil é que, nos próximos anos, a indústria de energias solar e eólica terão potencial de gerar mais de 1,2 milhão de novos empregos e reduzir em 28 toneladas a emissão de gases de efeito estufa.
Um outro ganho muito relevante reside no acesso e na economia que beneficiam a população brasileira em situação de vulnerabilidade socioeconômica. E, nesse contexto, temos uma boa notícia vinda de um negócio de impacto socioambiental.
A Revolusolar inaugurou, semana passada, a primeira cooperativa de energia solar em favelas do País, no Morro da Babilônia e no Chapéu Mangueira, na zona sul do Rio de Janeiro. A iniciativa está beneficiando 35 famílias que terão uma redução, em média, de 30% dos gastos com a conta de luz. A Cooperativa Percília e Lúcio de Energias Renováveis — que possui esse nome em homenagem a duas históricas lideranças comunitárias, Tia Percília e Lúcio Bispo — contou com a instalação de 60 placas de energia solar no telhado da Associação de Moradores.
Para isso, a Revolusolar capacitou mais de 50 pessoas do próprio território como eletricistas e instaladores de energia solar e, para esse projeto, contratou cinco. Em agosto deste ano, a concessionária de energia elétrica do Estado homologou a usina.
O negócio de impacto socioambiental promove o desenvolvimento sustentável em comunidades do Rio de Janeiro por meio de instalações de energia solar, capacitação profissional de instaladores e atividades educativas. Dessa maneira, busca democratizar o acesso à energia limpa, estimulando bons hábitos de consumo de energia e apoiando a economia local.
A força dos empreendedores Eduardo Avila e Juan Cuervo está em enxergar que as moradias localizadas na periferia estão privadas de serviços básicos de infraestrutura como energia elétrica. As alternativas apresentadas por eles levam em conta a sustentabilidade ambiental e viabilidade financeira das pessoas em situação de vulnerabilidade econômica, porque a habitação representa uma das maiores despesas de consumo familiar — e uma parcela considerável dos gastos está atrelada a taxas desses serviços.
A Cooperativa integra um plano de expansão da atuação da Revolusolar. Na favela Morro da Babilônia e na Chapéu Mangueira, a empresa já mantinha três instalações solares que geram R$ 15 mil de economia por ano para uma escola, um albergue e um restaurante. De acordo com os empreendedores, a primeira cooperativa é um projeto-piloto que integra um modelo que pode ser replicado em outras comunidades no Brasil e, posteriormente, na América Latina.
A missão é construir uma metodologia replicável para apoiar o desenvolvimento sustentável de comunidades de baixa renda por meio da energia solar, articulando as diversas partes interessadas e com participação direta do público local. E, nesse processo, as lideranças comunitárias e os moradores dos territórios têm papel fundamental na construção desse novo modelo energético sustentável.
Maure Pessanha é empreendedora e diretora-executiva da Artemisia. Texto publicado originalmente no Blog do Empreendedor — Estadão PME.
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