[:pt]Fellowship Potencia UP é um conjunto de benefícios, como aulas de inglês, workshops e mentorias personalizadas, para startups de impacto social
Para encontrar boas oportunidades de investimento e contribuir com o desenvolvimento de empreendedores diversos e de grupos minorizados no ecossistema de startups — mulheres, pessoas negras, comunidade LGBTQIAP+, pessoas com deficiência, 60+ e moradores de periferias brasileiras –, a Potencia Ventures criou, em 2022, um programa de bolsas afirmativo para startups com foco na diversidade.
O Fellowship Potencia UP consiste em um conjunto de benefícios como aulas de inglês, workshops e mentorias personalizadas disponíveis por 12 meses para um grupo seleto de 20 startups de impacto social nos setores de educação e empregabilidade, que são temáticas-foco da tese de investimento desse grupo global pioneiro em investimento de impacto. Além do acompanhamento mais alongado, os empreendedores têm acesso a rodas de conversa com experts e possibilidade de acessar capital-semente, com cheques a partir de US$ 100 mil.
Em conversa com Kelly Michel, fundadora da Potencia Ventures e da Artemisia, ela conta que o portfólio de 26 startups construído desde 2017 tem uma representatividade de mulheres e pessoas negras maior que a média da indústria de venture capital, porém ainda não reflete a demografia de países investidos.
“Sempre tivemos interesse em apoiar empreendedores de impacto diversos e recentemente entendemos que faria sentido testar um modelo mais intencional e afirmativo para nosso funil de seleção de investimento”, afirma Kelly.
Em 14 de novembro, a Potencia Ventures realizou, em São Paulo, o Potencia Day — evento dedicado a promover e celebrar a comunidade de startups com impacto em educação e empregabilidade. Na ocasião, fundadores das investidas Letrus, Taqe e DIO compartilharam desafios de empreender com retorno e impacto social em um painel mediado por Kelly, CEO da Potencia. Dez das startups selecionadas para o Potencia UP apresentaram seus pitches: Ise Tool, FazGame, Kiddle Pass, UpMat, Barkus, Prol Educa, B2Mamy, Trampay, Diversidade.io e Troca.
O ineditismo do Potencia UP também reside no fato de não ser um programa focado em apenas um marcador social, já que a diversidade se expressa em diversos âmbitos. Gênero e raça são os principais marcadores representados, com 100% da turma com pelo menos uma mulher cofundadora e 75% com pelo menos uma pessoa preta ou parda como cofundadora. A comunidade LGBTQIAP+ é parte de 50% dos times fundadores; pessoas de periferia representam 40%; e PCD são 15% da turma.
Na visão de Itali Collini, diretora da Potencia Ventures no Brasil, a indústria de venture capital precisa se desenvolver no quesito de aproximação e apoio a empreendedores diversos. “O talento está em todos os lugares, mas as oportunidades não, e elas também podem ser tolhidas por vieses inconscientes dos próprios investidores. O desafio foi criar um programa de ação afirmativa para encontrar bons empreendedores diversos dentro da nossa tese de investimento, e neste sentido focamos em estudar alguns hiatos de acesso, testar benefícios específicos e criar um espaço seguro e humanizado para as trocas realmente acontecerem”, finaliza.
*Maure Pessanha é empreendedora e presidente do Conselho da Artemisia. Texto publicado originalmente no Blog do Empreendedor — Estadão PME.
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