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Pesquisa mostra que 50% das empresas mapeadas têm como principal fundadora uma mulher, enquanto 70% têm, ao menos, uma empreendedora na liderança
A edição 2022 do Mapa de Negócios de Impacto do Nordeste revela a força empreendedora feminina. A pesquisa — conduzida com 222 empresas cadastradas na Vitrine de Negócios de Impacto — aponta que 50% das empresas mapeadas têm como principal fundadora uma mulher; 70% têm, pelo menos, uma empreendedora na liderança; 24% dos negócios, entre todos analisados pela INTR3S e Pipe.Social, foram fundados por mulheres; e 12% dos negócios têm mais mulheres do que homens como fundadoras. Esse dado é interessante, na visão de Mariana Fonseca, uma das coordenadoras do mapeamento, quando consideramos que o Nordeste, muitas vezes, é associado ao estereótipo de ser uma região muito machista.
Na análise das áreas de impacto, a pesquisa mostra que 49% dos negócios estão em cidadania e civic tech; 49% em tecnologias verdes (greentechs); 23% em cidades inteligentes (smart cities); 37% em educação (edutech); 17% em saúde (health tech) e 11% são fintechs.
Na atuação por Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), destaque para reduzir desigualdades; produção e consumo sustentável; cidades e comunidades sustentáveis; e trabalho decente e crescimento econômico com, respectivamente, 39%, 36%, 34% e 34%.
Mariana aponta que o Mapa traz um levantamento sobre as tecnologias de impacto adotadas por mais de duas centenas de negócios pesquisados no Nordeste. Entre elas, destaque para Inteligência Artificial, Machine Learning, Big Data, Internet das Coisas, energias renováveis, geolocalização, visão computacional, redes neurais, sensores, engenharia genética, robóticas, nanotecnologia, computação cognitiva, moedas virtuais e deep learning. Na visão de Mariana, o Mapa mostra que Estados como o Ceará, por exemplo, estão se destacando com tecnologias verdes e educação.
Na prática são empresas que atuam com resíduos, logística reversa para água, energia limpa e soluções para o agronegócio. Ela afirma que a vocação dos cearenses têm sido as soluções ambientais e de educação — o que reforça um potencial histórico do Estado em apresentar soluções dentro do universo de energia limpa, por exemplo, dadas à sua riqueza natural e de boas práticas de educação. Essa qualidade cearense, aliás, é reconhecida também no mercado de startups.
Nos últimos anos, temos visto a expansão do empreendedorismo de impacto no Nordeste — onde tem surgido soluções, com recorte tecnológico, que endereçam os principais desafios sociais e ambientais do Brasil. As inovações sociais trazidas por esses empreendedores e essas empreendedoras lançam, ainda, um olhar mais inclusivo e diverso para os negócios, fazendo com que a região se consolide como um importante polo tecnológico, inovador e criativo do ecossistema.
- Maure Pessanha é empreendedora e presidente do Conselho da Artemisia, organização pioneira no apoio a negócios de impacto no Brasil. Texto publicado originalmente no Blog do Empreendedor — Estadão PME.
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