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Empresa de impacto social usa arquitetura para promover saúdes física e mental

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problema habitacional no Brasil tem muitas nuances. Reúne, por exemplo, desafios de regularização fundiária, do déficit qualitativo e quantitativo, ônus excessivo com o aluguel; envolve, ainda, demandas urgentes de ampliação do acesso ao crédito imobiliário e a soluções de aluguel social.

Dados revisados pela Fundação João Pinheiro, com base em 2019, apontam que o País necessita de 5,8 milhões de novas moradias, mostrando que há tendência de aumento. Quando a análise recai para algum tipo de inadequação, o número ultrapassa os 24,8 milhões.

O déficit habitacional absoluto no País, de acordo com reportagem do Estadão, chegou a 220 mil moradias entre 2016 e 2019. Uma das regiões com elevado índice de problema é a Nordeste, que conta com mais de 42% do total de habitações precárias.

Diante desse cenário e na perspectiva do empreendedorismo de impacto socioambiental, penso que devemos dar suporte para potencializar o enorme talento que empreendedores e empreendedoras têm de endereçar soluções inovadoras para atuar, em especial, no combate ao déficit qualitativo.

Já temos, no Brasil, empresas com bons resultados e forte comprometimento em tornar as moradias da população em situação de vulnerabilidade social e econômica mais seguras e dignas.

Um dos exemplos que trago vem de Pernambuco: Arquitetura Faz Bem. Fundada por Antônio Neto, esse negócio de impacto social conduz projetos de arquitetura e realiza obras como ferramenta para a promoção da saúde física e da saúde mental de famílias das classes D e E, moradoras de comunidades em situação de vulnerabilidade social e econômica da cidade de Recife.

Na busca constante por processos padronizados que possibilitem levar obras rápidas, baratas e eficientes — que atendam plenamente as dificuldades encontradas na maioria das casas insalubres –, o negócio está escalando a operação e tem realizado entre 15 e 20 obras por mês, enquanto continua desenvolvendo a padronização de produtos por meio de uma filosofia industrial.

Antes da crise sanitária que vivemos, com o novo coronavírus, o tema da habitação já era urgente; hoje — tendo que lidar com os impactos da pandemia, sobretudo entre a população de menor renda — é de extrema relevância contribuir para melhorar a vida de um contingente de pessoas que reside em condições inadequadas.

Como cidadãos e profissionais do ecossistema de empreendedorismo de impacto socioambiental, temos que estar atentos para a importância de apoiar empreendedores e empreendedoras que têm desenvolvido soluções inovadoras e acessíveis relacionadas aos desafios de moradia que afligem a população mais vulnerável. Essas iniciativas empreendedoras têm grande potencial para impactar positivamente a vida de muitos brasileiros.

Maure Pessanha é empreendedora e diretora-executiva da Artemisia. Texto publicado originalmente no Blog do Empreendedor — Estadão PME.

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