O Brasil vive um momento de expansão dos negócios de impacto social, que constituem uma forte tendência econômica contemporânea ao propor a atuação de empresas que oferecem, de forma intencional, soluções escaláveis para problemas sociais da população de baixa renda. Parte desta expansão é motivada por uma nova geração de profissionais em busca de uma carreira na qual não tenham que escolher entre ganhar dinheiro ou mudar o mundo; um trabalho que possibilite ter sucesso financeiro e atuar em uma atividade relevante para a sociedade. A Artemisia, pioneira no Brasil no fomento de negócios de impacto social, tem atuado fortemente há mais de uma década para identificar e dar suporte aos negócios mais promissores e, neste ecossistema, empreendedores de Ribeirão Preto e São Carlos – cidades do interior de São Paulo – têm se destacado com negócios focados na saúde e educação.
A Kidopi, negócio de impacto social desenvolvido por Hugo Cesar Pessotti e Mário Sérgio Adolfi Júnior, tem como objetivo oferecer soluções inteligentes para que governos e instituições de saúde aprimorem a eficiência dos recursos e fluxos hospitalares, promovendo maior equidade no acesso aos serviços de saúde pela população. Um dos destaques da empresa de tecnologia é sistema CleverCare, premiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o melhor software do Brasil. A premiação global está ligada ao World Summit Award (WSA) que reconhece o melhor em conteúdo e aplicativos para celulares e dispositivos móveis. Essa é a segunda premiação concedida pela ONU à empresa: em 2013, a Kidopi venceu a etapa nacional com o sistema HealthBI, que oferece aos gestores hospitalares o acesso, em tempo real, à indicadores e ferramentas de gestão inteligente.
Em São Carlos, o destaque é o Conecta Mundo. Fundado em 2011 pelo físico Paulo Mascarenhas, o Conecta Mundo oferece uma solução de ensino híbrido baseada em uma plataforma digital com interface de rede social e oferece para os professores uma formação prática na qual eles criam um projeto por meio de ferramentas digitais e aplicam em sala de aula. Isso permite que a escola consiga incorporar a tecnologia dentro do processo de ensino/aprendizagem de maneira efetiva. A solução foi aprovada pelo Guia de Tecnologias do MEC e está em uso em escolas (públicas, privadas e por meio de editoras).
Na avaliação da equipe da Aceleradora da Artemisia, o uso de tecnologia em sala de aula não apenas aumenta o engajamento e interesse dos alunos, como permite que desenvolvam competências relacionadas ao uso da tecnologia na vida pessoal e profissional. Além disso, provoca uma mudança de papéis, estimulando o aluno a ser protagonista do próprio aprendizado; o professor, por sua vez, passa a exercer o papel de facilitador.