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A longevidade constitui uma das conquistas coletivas mais notáveis da humanidade por ser reflexo de avanços nos campos social e econômico; ela mostra, ainda, o sucesso que tivemos com a diminuição da mortalidade infantil. Entretanto, o aumento da população mais longeva requer ações consistentes para garantir que cidadãos de todas as classes sociais mantenham, com o passar dos anos, a habilidade funcional — que permita o bem-estar físico e mental em idades mais avançadas.
Os dados nos dão uma dimensão da importância de pensarmos na longevidade de maneira mais humana e estratégica. Em 2050, a população global de pessoas idosas atingirá a marca de 2,1 bilhões, de acordo com a Organização Mundial da Saúde; nos países em desenvolvimento, o aumento no número de pessoas com mais de 60 anos ocorre de maneira mais acelerada.
Diante dessa mudança no perfil demográfico do mundo, a OMS anunciou a Década do Envelhecimento Saudável, que integra a Estratégia Global sobre o Envelhecimento e a Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa iniciativa prevê que de 2020 a 2030 seja conduzido um plano de colaboração catalítica combinada e sustentada em prol da temática.
Alinhada ao cronograma da Agenda 2030 das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável e os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, a mobilização tem, como uma das metas, disseminar a noção de que o envelhecimento saudável pode ser uma realidade possível para todos.
O documento lançado pela OMS aponta oportunidades para que sejam realizados investimentos apropriados para a promoção do envelhecimento saudável, incluindo serviços de saúde e assistência social integrados, criando ambientes inclusivos para as pessoas idosas.
Há uma demanda clara por potencializar inovações digitais, tecnologias assistenciais, médicas, científicas e tecnológicas que possam promover uma longevidade saudável. No Brasil, já existem negócios de impacto social que endereçam essa temática, sobretudo com foco na prevenção.
Fundada em 2018 por Fabiana Almeida e Guilherme Rabello, a TechBalance atua com um programa de rastreio e gerenciamento de risco clínico-motor para reduzir até 50% dos sinistros; o foco está em apontar o risco antes da manifestação de sintomas e monitorar a performance do tratamento preventivo para qualificar o envelhecimento.
O teste consiste na avaliação por Mobile Health, que quantifica a performance motora por entrevista clínica e análise clínica usando inteligência artificial e dados de movimento do celular na cintura do paciente, para diagnóstico do equilíbrio postural, risco de lesão e predição de risco de queda com sugestão de tratamento e dashboard epidemiológico de gestão do cuidado.
Para os empreendedores, com o início da maturidade, as pessoas ficam mais suscetíveis a lesões; as quedas permanecem como uma das principais causas de morbimortalidade senil. A falta de triagem precoce de risco em Atenção Primária à Saúde e o planejamento da prevenção para longevidade ativa contribuem para sedentarismo, lesões, comorbidades, perda de autonomia e ocorrência de sinistros, com modelo de cuidado centrado na doença e sobrecarga do sistema de saúde por altos custos.
A saúde é fundamental para vivenciar uma velhice plena de oportunidades. Por esse motivo, iniciativas empreendedoras que endereçam o desafio da maturidade saudável são tão bem-vindas, sobretudo porque nos ajudarão a mudar a forma como pensamos, sentimos e agimos em relação à longevidade
Maure Pessanha é empreendedora e diretora-executiva da Artemisia. Texto publicado originalmente no Blog do Empreendedor — Estadão PME.
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