Artemisia

Artemisia articula os primeiros investimentos de impacto de Elie Horn

[:pt]Uma conversa com Muhammad Yunus, Nobel da Paz, fundador do Grameen Bank, sobre o papel dos negócios sociais como solucionadores de problemas sociais, contribuiu para a decisão de Elie Horn – um dos maiores filantropos do Brasil – de investir, via financiamento de longo prazo, na Estante Mágica e na Barkus Educacional. A articulação foi conduzida pela Artemisia, organização pioneira no Brasil no fomento e na aceleração de negócios de impacto, que passa a contar com mais um case robusto de apoio ao empreendedorismo de impacto no país. A operação contou com a assessoria jurídica do escritório Mattos Filho e apoio do Banco BMP.

Segundo Luciano Gurgel, diretor-executivo da Artemisia e articulador da operação, a iniciativa começou com a premissa de que é chegado o momento de a Artemisia passar a articular, com mais potência, investimentos com capital paciente para negócios de impacto promissores (da base acelerada e de fora dela). A partir daí, articulou-se o encontro entre Yunus – criador dos conceitos de microcrédito e de negócios sociais – e Horn para desenvolver informações balizadoras da decisão do filantropo de direcionar recursos, complementares à filantropia, ao investimento de impacto. Com esse diálogo estabelecido, os profissionais da organização deram início à seleção de negócios qualificados a receber os investimentos.

“Estamos muito felizes em sermos os articuladores dos primeiros investimentos de impacto do empresário Elie Horn. A Artemisia tem uma trajetória consolidada em diferentes processos de capacitação de empreendedores – e na atração de grandes empresas, governos, institutos e fundações para a correalização de programas inovadores em conteúdos, formatos e metodologias. Com essa operação, atingimos um novo patamar complementar ao trabalho já realizado com grande expertise e pioneirismo, no qual podemos contribuir ainda mais com o fortalecimento do empreendedorismo de impacto no Brasil”, afirma Gurgel.

Na percepção do diretor-executivo da Artemisia, o acesso à capital é uma das grandes travas para o avanço de muitos negócios comprometidos com o impacto positivo – sendo que deveria ser uma alavanca. “Por isso, passamos a articular e facilitar o aporte de recursos de investidores dispostos a oferecer financiamento de longo prazo a negócios de impacto em fase crescimento. Trata-se de um passo importante na construção de um arco completo de apoio ao empreendedor de impacto social ou ambiental em toda a sua jornada, da capacitação ao acesso a um capital condizente com o estágio de maturidade dos negócios, passando pelas mentorias dedicadas e conexões com players relevantes do mercado. É aqui que queremos posicionar a Artemisia: o ‘one stop shop’ do empreendedorismo de impacto do país”, afirma, acrescentando que esse foco novo de atuação recai na articulação de capital, investimento via dívida, aliada ao acompanhamento próximo da Artemisia às empresas investidas com apoio para que cresçam e gerem alto impacto. “Criamos, assim, um círculo virtuoso para o ecossistema”, finaliza.

Na visão do empresário e filantropo Elie Horn, a educação é fundamental para a transformação e para o desenvolvimento de gerações que passam a multiplicar conhecimento e fazer parte direto da inovação. “Há mais de quarenta anos me dedico a fazer o bem e, como empresário, entendo que temos o papel de estimular e construir jornadas de produtos e serviços que não existem na sociedade – e que vão agregar algo que pode ser intangível para as pessoas. Esse é o caso do poder de transformação que a educação viabiliza, e hoje como grande apoiador de diversos projetos com foco na educação, tenho a certeza de que são em iniciativas como esta que plantamos sementes que renderão muita prosperidade para o futuro”, destaca.

A conversa entre Elie Horn, Muhammad Yunus e Luciano Gurgel contou, ainda, com o apoio de Aron Zylberman, diretor-executivo do Instituto Cyrela, e Maure Pessanha, presidente do Conselho da Artemisia.

|| OS NEGÓCIOS DE IMPACTO SOCIAL SELECIONADOS

 BARKUS EDUCACIONAL | Fundada por Bia Santos e Marden Rodrigues em 2016, a Barkus Educacional busca compartilhar não apenas conhecimentos: oferece suporte no desenvolvimento de comportamentos financeiros mais saudáveis. Para isso, uma das ferramentas utilizadas é a Iara – um bot humanizado que ensina finanças pessoais por meio de trilhas de aprendizagem individuais e personalizadas ministradas pelo WhatsApp. Na prática, o apoio tem a missão de melhorar a qualidade de vida dos cidadãos à medida que aprimora a relação deles com o dinheiro, principalmente por meio das áreas de Recursos Humanos e Marketing de médias e grandes empresas, que contratam a solução para seus colaboradores e clientes.

O tema da educação financeira surgiu na vida dos fundadores depois de uma pesquisa que fizeram no Ensino Médio, em 2012. Anos depois, os jovens perceberam que ter acesso a esse conhecimento foi essencial para melhorarem de vida. Essa percepção inspirou a criação da edtech que conta, hoje, com mais de 45 mil pessoas atendidas. O negócio de impacto social utiliza metodologias autorais e, com apoio da tecnologia, cria soluções educacionais que fomentam novos conhecimentos, novas atitudes e comportamentos financeiros mais saudáveis em jovens e adultos. O desafio enfrentado por empreendedores no país também é objeto dos conteúdos segmentados em finanças pessoais, investimentos, empreendedorismo e negócios.

 Segundo Bia Santos, para além da importância do capital para o crescimento da startup, este investimento é um passo super-relevante para o cenário dos negócios de impacto do Brasil, que, muitas vezes, quebram por falta de recursos. “Como ecossistema, precisamos de mais canais de financiamento e, claro, de pessoas que acreditem no potencial das empresas de impacto – e que entendam as nossas particularidades. Estamos muito felizes em ser uma das primeiras empresas escolhidas por um filantropo como Elie Horn, que apoia tantas organizações maravilhosas e tem um histórico exemplar. Mas, não podemos esquecer que com grandes poderes vêm grandes responsabilidades! Estamos trabalhando duramente para sermos um grande case de sucesso e, assim, abrir ainda mais portas para outras startups”, afirma Bia, acrescentando que o sentimento é de felicidade com um misto de brilho nos olhos. “Temos ainda mais força para continuar trabalhando, dia após dia, aprendendo, construindo e crescendo.”

 ESTANTE MÁGICA | A Estante Mágica é um negócio de impacto social que acredita na educação como chave para transformar o mundo. A empresa oferece novas formas de estimular a criatividade e a autonomia das crianças, tornando-as protagonistas de suas histórias. Em parceria com escolas públicas e privadas, os alunos escrevem e ilustram o próprio livro, com direito a evento de autógrafos no final do projeto. Já foram impactados mais de 1,5 milhão de alunos em países como Brasil, Quênia, Portugal, Espanha, México, Argentina e Colômbia. A empresa oferece ferramentas para auxiliar escolas e professores no incentivo à leitura e escrita. Com o investimento de empresas e pessoas que acreditam no poder transformador da educação, o objetivo é alcançar 1 bilhão de crianças até 2030. Elie Horn – segundo Robson Melo, sócio e fundador da empresa – é uma dessas pessoas.

 “Quando a Estante Mágica transforma crianças em autores, queremos mostrar que elas têm o poder de contar as próprias histórias; que são donas de suas narrativas. E a história do sr. Elie Horn é uma inspiração a mais para nós – empresários de impacto social – e para todas as crianças beneficiadas pela Estante Mágica. Com esse financiamento se abre uma nova página para que milhares de outras crianças possam escrever as suas histórias”, diz Melo.[:]

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