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Uma tecnologia sustentável tem transformado a vida de comunidades ribeirinhas que vivem cercadas de água, mas que lidam com a escassez de água potável. Com o objetivo de resolver esse paradoxo, a Katu Tecnologias Sustentáveis criou uma solução prática e simples: um sistema de captação e filtragem da água de chuva seguro, fácil de instalar e com pouca manutenção.
Criada em 2017, no Pará, a empresa — que é liderada hoje por Noel Orlet e Wilson Antônio — conta com uma solução que reaproveita resíduos da indústria alimentícia (tambores plásticos) para captar e armazenar a água da chuva.
A tecnologia desenvolvida pela empresa é acoplada à calha do telhado, por onde a água passa por um filtro grosseiro, que elimina impurezas maiores, como galhos e folhas. Depois, são automaticamente descartados os primeiros milímetros de água pluvial, por ser uma água “mais suja” e, muitas vezes, carregar poeira e poluição do ar ou do telhado.
Em seguida, a água decorrente do processo é armazenada no tambor, de onde parte para diferentes usos com o apoio de dois sistemas distintos, que são modulares para que o usuário possa, facilmente, ampliar a própria capacidade de armazenamento e, inclusive, conectá-lo a outras caixas d’água.
No sistema Amana Katu — que tem foco no uso doméstico e industrial –, a água passa por processo de cloragem por gotejamento e filtragem por carvão ativado. No sistema Agro Katu, destinado à agricultura familiar, o equipamento é acoplado a um sistema de irrigação por gotejamento ou de hidroponia de baixo custo que permite uma redução de até 95% do consumo de água.
Entre os clientes do negócio de impacto social estão empresas mineradoras, governos, famílias urbanas e rurais e organizações não governamentais de Estados como Pará e São Paulo. As tecnologias da Amana Katu custam, em média, 52% menos que as alternativas diretas.
Além de realizar o upcycling de resíduo da indústria alimentícia — incorporando a economia circular e a sustentabilidade na essência dos produtos –, a marca Agro Katu está na vanguarda de soluções de gestão hídrica de baixo custo para a agricultura familiar, com opções que reduzem custos e permitem maior segurança hídrica ao longo do ano. No total, mais de 7 mil pessoas tiveram acesso aos benefícios trazidos pela tecnologia.
A empresa acaba de conquistar o segundo lugar no Programa Startup Pará, na categoria Novos Negócios, uma iniciativa do Governo do Pará que tem foco na agricultura familiar.
De acordo com os empreendedores, entre os planos para o futuro estão o desenvolvimento de novos modelos de cofinanciamento público-privado de projetos de acesso à água em comunidades rurais e ribeirinhas da Amazônia; implementação de projeto de acesso à água na comunidade quilombola Foz de Jundiaí (Santa Isabel/PA) — com apoio da campanha Matchfunding organizada pela Benfeitoria –; aperfeiçoamento de soluções para agricultura e empresas; expansão das operações para comunidades ribeirinhas na fronteira entre Pará e Amazonas (Comunidade Igarapé Nhamundá); expansão para o interior de Minas Gerais; e abertura de escritório comercial em São Paulo.
Maure Pessanha é empreendedora e presidente do Conselho da Artemisia. Texto publicado originalmente no Blog do Empreendedor — Estadão PME.
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