[:pt]País precisa fomentar uma aliança estratégica para chegar a consenso sobre desafios e possibilidades dessa agenda
Os problemas sociais contemporâneos são múltiplos e interligados, portanto, envolvem aspectos econômicos e socioambientais essencialmente interconectados. Junte-se a esse contexto uma cena marcada por incertezas agravadas pela falta de perspectivas para a mobilidade social e para a subsistência digna.
O estudo “O Elevador Social Está Quebrado? Como Promover a Mobilidade Social”, conduzido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), aponta que a condição de pobreza em países em desenvolvimento costuma ser perpetuada por gerações na mesma família.
A chamada persistência de renda intergeracional nas nações nórdicas é de 20%, enquanto no Brasil atinge os 70%, fazendo com que o país ocupe a segunda pior posição em mobilidade social no ranking global.
A pandemia adicionou uma camada maior de complexidade ao problema da geração de renda e catalisou mudanças significativas no mundo do trabalho e empreendedorismo.
O Brasil possui uma população empreendedora estimada em 43 milhões de pessoas, das quais, 21% são empreendedores em estágio inicial (em operação há 3,5 anos ou menos). Segundo o GEM 2021 (Global Entrepreneur Monitor), 48,9% empreendem por necessidade.
Uma parte considerável desse contingente é formada por pessoas em situação de vulnerabilidade social, que encontram na atividade empreendedora uma alternativa para a geração de renda.
A construção de futuros possíveis –que conversam com o combate à desigualdade e à pobreza– passa por um conceito (e uma missão): a inclusão produtiva, com o recorte do empreendedorismo, como parte de estratégias para impulsionar oportunidades de geração de trabalho e renda.
Um dos desafios, associado à baixa mobilidade social e aos percalços do empreendedorismo, é a digitalização da economia.
Como ponto de partida para pensar em inclusão produtiva de maneira crítica, precisamos enxergar as convergências entre os empreendedores, especialmente os por necessidade: a baixa produtividade dos negócios, baixo letramento digital e a renda muitas vezes insuficiente e instável.
Para construirmos uma reflexão mais qualificada, devemos pensar como propiciar que nano, micro e pequenos empreendedores possam melhorar a gestão de seus negócios –passando pela digitalização de processos, dado o papel central das novas tecnologias na economia–, com aumento de produtividade e de renda; além de promover um ecossistema empreendedor mais igualitário.
Com essas questões do empreendedorismo de base, a Artemisia, dentro da Coalizão Inclusão Produtiva, conduziu o estudo exploratório inédito “Inclusão Produtiva de Microempreendedores na Era Digital: Desafios e Possibilidades para a Geração de Renda Digna por Meio do Empreendedorismo de Base no Brasil”.
O trabalho contou com apoio de Accenture, Fundação Arymax, Instituto humanize, Meta, Potencia Ventures, Fundação Casas Bahia, Instituto XP, Lenovo Foundation, Fundação Tide Setubal e B3 Social.
Especialistas, organizações, institutos, pensadores e protagonistas das nano, micro e pequenas empresas brasileiras contribuíram com essa jornada analítica sobre as dores, oportunidades e possíveis transformações da inclusão produtiva via empreendedorismo.
O Brasil precisa fomentar uma aliança estratégica formada por organizações do terceiro setor (que trabalham com a temática), empreendedores, governos, atores sociais e parceiros em prol do maior entendimento sobre os desafios e as possibilidades para a inclusão produtiva.
Essa leitura deve ser feita com uma lente multidimensional, capaz de captar as múltiplas complexidades envolvidas no tema, de modo que a inclusão produtiva ganhe espaço na agenda pública, tornando-se parte definitiva do projeto de país.
Aqui, o convite para que os leitores acessem a íntegra do estudo
- Maure Pessanha é empreendedora e presidente do Conselho da Artemisia, organização pioneira no apoio a negócios de impacto no Brasil. Texto publicado originalmente no Papo de Responsa — Folha de S. Paulo.
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Ao lado de parceiros comprometidos com a causa da Inclusão Produtiva, a Artemisia mergulhou em uma pergunta desafiadora: em um ambiente digitalizado, como garantir que micro negócios se mantenham produtivos, rentáveis e competitivos? O estudo ‘Inclusão Produtiva de Microempreendedores na Era Digital’ reúne entrevistas, artigos e matérias acerca dos desafios e possibilidades para geração de renda digna por meio do empreendedorismo de base no Brasil. Baixe gratuitamente AQUI
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