Artemisia

A conexão entre os negócios de impacto e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

A Agenda 2030 sugere a condução de ações em 17 áreas como a erradicação da pobreza, educação de qualidade e a igualdade de gênero

Maure Pessanha | Mai/23

O compromisso dos países integrantes das Nações Unidas para melhorar o planeta, firmado em 2000 durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, foi o embrião para os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio — que, em 2015, traziam oito metas associadas ao combate à pobreza, uma iniciativa para estabelecer alvos mundiais alinhados à ideia de que ninguém deveria ser deixado para trás. Esse acordo global foi a semente dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e das 169 metas globais que precisam ser atingidas até 2030.

A Agenda 2030 preconiza a condução de ações nas áreas de erradicação da pobreza; segurança alimentar; agricultura; saúde; educação; igualdade de gênero; redução das desigualdades e temáticas sociais e ambientais que precisam ser objeto de iniciativas consistentes por parte de governos, empresas e da sociedade civil.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a visão é ambiciosa e transformadora, porque prevê a construção de um mundo livre dos problemas atuais — como pobreza, miséria, fome, doença, violência, desigualdades, desemprego, degradação ambiental, esgotamento dos recursos naturais — e de muitos desafios planetários contemporâneos.

Guiar a humanidade rumo a uma nova realidade próspera e sustentável, respeitando os limites planetários e garantindo que todas as pessoas tenham dignidade é uma tarefa hercúlea. E, mais do que isso, demanda um compromisso de vários componentes do tecido social e dos elos da estrutura coletiva. Na minha visão, a Agenda 2030 requer — de todos os segmentos da sociedade — extrema urgência para cumprir esse compromisso. É aqui, nesta liga humana em prol do alinhamento do mundo aos ODS, que entra o empreendedorismo social.

Com a lente dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, enxergo que o ecossistema de negócios de impacto social e ambiental está conectado à missão de ser agente de ação para o crescimento econômico sustentável, a inclusão social e a proteção ao meio ambiente. Essas três esferas compõem, naturalmente, a visão de futuros que costuma permear os negócios de impacto socioambiental.

A forma desses empreendedores lerem cenários passa, essencialmente, pela inovação, pela empatia, pelo talento e pelo olhar crítico para a estrutura do capitalismo vigente. Os problemas sociais são, para esses empreendedores e essas empreendedoras, o componente básico para a criação de produtos e serviços que endereçam propostas de resolução ou de mitigação de dores humanas, sobretudo as que atingem a população em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

Profundamente inspirada por histórias de empreendedores e empreendedoras sociais dos quatro cantos do Brasil, nas próximas colunas espero trazer cases de negócios de impacto social e ambiental associados aos ODS. No artigo sobre o primeiro Objetivo de Desenvolvimento Sustentável — que fala sobre a erradicação da pobreza (acabar com a pobreza, em todas as suas formas e em todos os lugares) -, destacarei o trabalho de uma grande empreendedora, Alessandra França, do Banco Pérola.

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