Startup transforma coleta de resíduos em iniciativa de impacto socioambiental positivo

Negócio de impacto socioambiental alia ciência comportamental e tecnologia para incentivar a reciclagem, beneficiou mais de 52 mil pessoas e reciclou 5,1 mil toneladas de resíduos, transformando lixo em oportunidades

Projeções do Banco Mundial apontam que, em 2050, a geração global de resíduos sólidos urbanos chegará a 3,4 bilhões de toneladas por ano — um aumento anual de 70% no volume de resíduos gerados; na América Latina, o aumento per capita será de pelo menos 25%. O lixo excessivo e o esgotamento de recursos naturais são alguns dos grandes desafios ambientais do nosso tempo; são, também, uma consequência visível de atividades econômicas que ignoram as limitações de recursos do planeta.

Diante da gravidade da situação e da urgência de estruturarmos a transformação do modelo até hoje adotado, pensar no resíduo como um recurso valioso é um dos pontos de partida para ativar a circularidade da economia. E, para enfrentar os desafios envolvidos na mudança sistêmica que precisamos como sociedade, encampar os negócios de impacto podem ser aliados importantes — especialmente os que unem tecnologia e inovação social. Um dos exemplos é a startup SO+MA.

Claudia Pires, fundadora do negócio de impacto SO+MA, cujo programa já beneficiou mais de 52 mil pessoas, gerando economia de R$ 1,3 milhão Foto: Divulgação/ SM

Especializada em soluções tecnológicas para o engajamento socioambiental dos brasileiros, o negócio de impacto SO+MA une ciência comportamental a dados em tempo real para apoiar a transformação social por meio da reciclagem. Fundada por Claudia Pires em 2015, a startup desenvolveu um programa inovador que incentiva a adoção de práticas seguras ao recompensar participantes que descartaram resíduos corretamente com pontos que podem ser trocados por benefícios ou doados para organizações sociais.

Na prática, os clientes cadastrados levam seus resíduos limpos até os postos de recebimentos da empresa e acumulam pontos que podem ser trocados por benefícios como exames, alimentação, descontos em supermercados, experiências e cursos de capacitação profissional. Além de incentivar a reciclagem, o programa busca ampliar oportunidades para comunidades de menor renda, promovendo impacto socioambiental e inclusão. Segundo a fundadora, a startup surgiu como uma forma de capacitar pessoas que não tiveram acesso à educação e criar um ciclo positivo que beneficia tanto o meio ambiente quanto a população.

Os resultados da SO+MA têm sido expressivos: o programa já beneficiou mais de 52 mil pessoas, gerando economia de R$ 1,3 milhão e a doação de mais de 2 milhões de pontos para organizações não governamentais. Com mais de 5,1 mil toneladas de resíduos reciclados, a iniciativa evitou a emissão de 12,8 milhões de quilos de CO₂ e economizou 295 milhões de litros de água. Segundo Claudia, a empresa cresceu 60% em 2024, ao ofertar soluções personalizadas, com o modelo SaaS (Software as a Service) para grandes empresas comprometidas com a Agenda ESG.

Um outro destaque de 2024 foi a criação do programa Empreendedoras da Reciclagem, iniciativa que combina capacitação e mentoria. “A primeira edição do programa foi um sucesso e já estamos estruturando a abertura para novas turmas. Este é o primeiro programa na América Latina que foca especificamente nas mulheres que trabalham na reciclagem. Fizemos um processo de escuta muito profundo para entender os desafios e as demandas desse público, o que deu ao programa um poder de transformação incrível. Os temas abordaram desde questões específicas sobre organização do ambiente de trabalho e leis, até redes sociais e como se posicionar como empreendedoras”, conta a empreendedora.

Com atuação nos Estados de São Paulo, da Bahia, do Paraná e de Santa Catarina, a startup SO+MA vem expandindo a operação e, para 2025, tem por plano consolidar o modelo SaaS como principal estratégia de receita. Além disso, segundo a empreendedora, analisar uma expansão internacional. “Vemos um potencial tremendo em levar nossas soluções para outros países. Afinal, o problema que ajudamos a resolver é global. Outro ponto importante é que os consumidores estão muito mais atentos e exigindo um posicionamento sustentável das marcas. E, nossa ferramenta não só resolve questões práticas da agenda ESG, como também soluções para a evolução dos programas de fidelidade de grandes empresas”, finaliza.

Maure Pessanha é empreendedora e presidente do Conselho da Artemisia. Texto publicado originalmente no Blog do Empreendedor — Estadão PME.

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O que são negócios de impacto?

São empresas que oferecem, de forma clara e intencional, soluções para endereçar um problema social e/ou ambiental por meio de sua atividade principal.

Atuam de acordo com a lógica de mercado, com um modelo de negócio que busca sustentabilidade financeira, e se comprometem a medir o impacto que geram.

Em resumo, os negócios de impacto seguem os seguintes critérios:

  • Intencionalidade de resolução de um problema social e/ou ambiental 
  • A solução de impacto é a atividade principal do negócio
  • Busca de retorno financeiro, operando pela lógica de mercado
  • Têm compromisso com monitoramento do impacto gerado.

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