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Atenção primária à saúde ganha agilidade com solução de healthtech

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Melhorar a atenção primária à saúde (APS) permanece como um desafio para o País. Diante da pandemia, houve uma maior clareza sobre a necessidade de inovar e de acelerar as transformações na saúde pública do Brasil e há uma clara demanda por avançarmos nessa direção.

Na minha percepção, os negócios de impacto social têm uma enorme capacidade de potencializar e qualificar a oferta de serviços prestados pelo Sistema Único de Saúde, que é reconhecido como um dos modelos mais bem-sucedidos — o que não quer dizer que não precise ser aprimorado via soluções que otimizem os fluxos, as linhas de cuidado e as atuações locais dos profissionais de saúde.

Aliás, uma chave de leitura dessa melhoria está no fortalecimento de soluções aplicadas no próprio território via municípios. Um negócio de impacto tem atuado nessa seara. A startup Dr. TIS foi fundada pela libanesa Jihan Zoghbi. Primeira mulher a sair da aldeia na qual residia para estudar na capital do Líbano, o gosto dela pelos números a levou a estudar Matemática na Universidade Americana de Beirute.

Aos 21 anos, a jovem aportou no Brasil e, cinco meses depois, iniciou uma segunda graduação, em Ciência da Computação, sendo uma das poucas mulheres da turma. Em sua trajetória profissional, consta uma passagem como analista de sistemas da Agência Estado, onde organizou um banco de dados para o portal. No mestrado na Universidade de São Paulo (USP), o interesse por saúde se consolidou ao focar os estudos em processamento de imagens médicas, usando modelos matemáticos para segmentar tumores cerebrais.

Segundo Jihan, o interesse por esse objeto de estudo veio com a perda de um irmão para o câncer. A motivação foi usar a tecnologia para ajudar no diagnóstico de doenças e permitir o acesso às pessoas que não tinham condições financeiras para pagar por isso.

Com esse propósito, aprofundou os estudos em Deep Plane — inteligência artificial baseada em uma rede neural aplicada à classificação de imagens médicas normais e anormais — e, no último ano de doutorado, teve um insight de criar a healthtech Dr. TIS, que é focada em diagnóstico de imagem voltado a hospitais de pequeno, médio e grande porte e centros de diagnóstico que não têm verbas para investir em serviços locais.

Na prática, atua com uma plataforma de imagens médicas de telerradiologia e de agendamento, teleconsulta e prontuário eletrônico. Dentro da atenção primária à saúde, a empresa oferece uma plataforma para que hospitais e clínicas possam realizar atendimento via teleconsulta.

Ao evitar que os pacientes se desloquem para as Unidades Básicas de Saúde, o serviço oferece um ganho em tempo do beneficiário e sem o custo do deslocamento. Via plataforma, o paciente consegue fazer agendamento, triagem, atendimento médico e recebe a prescrição eletrônica online. Para o médico, a plataforma possibilita ter acesso, dentro e fora da instituição que trabalha, ao prontuário, à prescrição, a atestados e pedidos de exame.

Maure Pessanha é empreendedora e presidente do Conselho da Artemisia. Texto publicado originalmente no Blog do Empreendedor — Estadão PME.

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