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O relatório Inclusão Produtiva no Brasil Rural e Interiorano — conduzido pelo Cebrap e pela Fundação Arymax, que conceberam a criação da Cátedra Itinerante sobre a temática — lança um olhar inovador e defende uma visão sistêmica e multidimensional sobre a inclusão produtiva baseada em alguns quesitos.
Entre eles, estão a melhor conexão entre as agendas social, ambiental e produtiva; a melhoria das condições e capacidades das pessoas e famílias vulneráveis; o incremento de oportunidades e melhoria do ambiente econômico no qual elas estão inseridas; a coordenação das ações entre Estado, organizações sociais e setor privado; além da adaptação e flexibilidade de iniciativas e modos de vida e formas de valorização da diversidade biológica e cultural das regiões rurais brasileiras.
O estudo, que conta com o apoio da Fundação Tide Setubal e do Instituto humanize, destaca que há temas promissores e oportunidades como, por exemplo, digitalização — tanto para agriculturas quanto para famílias vulneráveis.
O levantamento aponta quatro caminhos para a inclusão produtiva e tipos de intervenções para promover economias locais sustentáveis e inclusivas nas áreas rurais, são eles:
1. Aumento da produtividade e rentabilidade dos pequenos negócios agrícolas por meio de, por exemplo, parcerias que ajudem nos gargalos de produção, na distribuição e comercialização, nos mecanismos financeiros adequados.
2. Aperfeiçoamento de estratégias de acesso a mercados.
3. Digitalização de sistemas alimentares.
4. Associar a inclusão produtiva a outros domínios como promoção à segurança alimentar, conservação ambiental, turismo, produção de energia, entre outros.
Ao analisar o relatório, enxergo também oportunidades para o empreendedorismo de impacto socioambiental, sobretudo associado à digitalização da agricultura e dos mercados alimentares, ou seja, soluções ancoradas em tecnologias de informação e tratamento de dados em todas as fases da produção até o consumo — como monitoramento e uso de recursos, simulação de efeitos de mudanças climáticas, plataformas digitais de comercialização e aplicativos de assistência técnica — são demandas claras e urgentes.
Na pandemia, aponta o estudo, houve um aumento significativo no uso de plataformas de venda de alimentos, uma tendência que já se apresentava antes, mas que se fortaleceu com novos hábitos de consumo adquiridos no cenário pandêmico.
Claro que há desafios, inclusive os associados à conectividade, digitalização das famílias e clareza nos objetivos de inclusão por parte dos empreendedores e empreendedoras de impacto, mas vejo como uma oportunidade real de apoio. Por último, gostaria de recomendar firmemente a leitura do relatório.
Maure Pessanha é empreendedora e presidente do Conselho da Artemisia. Texto publicado originalmente no Blog do Empreendedor — Estadão PME.
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