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Com epidemia de ansiedade no País, empresa aposta em atendimentos de terapia online, criando braço corporativo para atingir profissionais sob pressão
O Brasil vive uma epidemia de ansiedade, alerta a Organização Mundial da Saúde. De acordo com o órgão, o País possui o maior número de ansiosos do mundo: são 18,6 milhões de pessoas, o que representa 9,3% da população. As mulheres são as que mais sofrem: 7,7% das brasileiras são ansiosas. Os afastamentos de profissionais por conta da doença custaram R$ 1,3 bilhão, em 2016, à Secretaria de Previdência. No mundo, há mais de 260 milhões de indivíduos com o problema.
A depressão também representa um desafio global à saúde pública: mais de 300 milhões de pessoas têm a doença — que se tornou a principal causa de afastamento do trabalho. Em contrapartida, de acordo com a OMS, a cada um dólar investido em promoção da saúde mental, há um retorno de US$ 4. Na prática, a prevenção é a resposta para apoiar a redução da incidência de doenças mentais.
Quando o tema versa sobre o estresse, os dados são igualmente alarmantes. Segundo levantamento da Isma-BR — representante da International Stress Management Association — 72% dos brasileiros que estão no mercado de trabalho sofrem alguma sequela ocasionada pelo estresse. Um estudo da London School of Economics, conduzido em 2016, mostra que os afastamentos por doenças psicológicas causaram perdas de US$ 246 bilhões (cerca de R$ 800 bilhões), por ano no mundo; e de US$ 63,3 bilhões (R$ 206 bilhões) só no Brasil.
Estima-se que 20% dos funcionários brasileiros estejam trabalhando mediante forte pressão emocional — que compromete a saúde física e psíquica, resultando em prejuízos relacionados à produtividade, absenteísmo e turnover elevado.
Nesse cenário, um negócio de impacto social tem auxiliado os brasileiros a inserir a saúde mental entre as prioridades pessoais. Pioneira, a Vittude foi criada em 2016 por Tatiana Pimenta e Everton Höpner; hoje, a plataforma de terapia online está presente em mais de 50 países, possui mais de 13 mil usuários e cerca de 3 mil psicólogos cadastrados que realizam, em média, 4 mil atendimentos — nos formatos presencial e online.
Levando em consideração que metade dos municípios do Brasil não tem psicólogos em suas cidades, a solução tem atuado para democratizar o acesso à terapia, levando a possibilidade de brasileiros e brasileiras serem atendidos por profissionais pela plataforma. A solução está presente em 1.417 cidades brasileiras; entre os usuários, 64% são mulheres e 36%, homens. Na análise da modalidade, 80% optam por atendimento online.
Para atender pacientes em todos os continentes, a startup desenvolveu um consultório virtual criptografado, que garante a confidencialidade das consultas, seguindo os protocolos internacionais de privacidade. Para atuar com o mercado corporativo, a empreendedora criou o Vittude Corporate, que auxilia empresas e funcionários a abordarem a temática com apoio especializado.
A proposta da Vittude Corporate — cujo objetivo é democratizar o acesso à terapia no ambiente corporativo — é permitir que as empresas protejam o capital intelectual com uma lógica de investir em promoção à saúde mental. Na maioria das vezes, questões relacionadas à saúde psíquica começam a aparecer após anos de trabalho, sendo que a prevalência aumenta em cargos e posições de liderança. Com a redução dos tempos para as tomadas de decisão e uma maior pressão por resultados, estabelece-se um quadro potencial para o surgimento de ansiedade, estresse e depressão.
Ao contratar o Vittude Corporate, as empresas passam a oferecer tratamento especializado e preventivo via atendimento psicológico e a ter acesso a palestras de conscientização e um kick off do programa — com distribuição de material informativo, cartilhas e apresentação do diagnóstico da saúde mental da equipe. Semestralmente são conduzidas avaliações para mensurar as melhorias e benefícios obtidos durante o período.
A premissa do Vittude Corporate é ser um apoio para o desenvolvimento da felicidade no ambiente corporativo, dando acesso social a um atendimento que no Brasil ainda é associado à alta renda. Cuidar da saúde mental é fundamental para termos uma sociedade mais equilibrada e conectada com a transformação social.
Maure Pessanha é empreendedora e diretora-executiva da Artemisia, organização pioneira no fomento e na disseminação de negócios de impacto social no Brasil.
Texto publicado originalmente no Blog do Empreendedor — Estadão PME.
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Com epidemia de ansiedade no País, empresa aposta em atendimentos de terapia online, criando braço corporativo para atingir profissionais sob pressão
O Brasil vive uma epidemia de ansiedade, alerta a Organização Mundial da Saúde. De acordo com o órgão, o País possui o maior número de ansiosos do mundo: são 18,6 milhões de pessoas, o que representa 9,3% da população. As mulheres são as que mais sofrem: 7,7% das brasileiras são ansiosas. Os afastamentos de profissionais por conta da doença custaram R$ 1,3 bilhão, em 2016, à Secretaria de Previdência. No mundo, há mais de 260 milhões de indivíduos com o problema.
A depressão também representa um desafio global à saúde pública: mais de 300 milhões de pessoas têm a doença — que se tornou a principal causa de afastamento do trabalho. Em contrapartida, de acordo com a OMS, a cada um dólar investido em promoção da saúde mental, há um retorno de US$ 4. Na prática, a prevenção é a resposta para apoiar a redução da incidência de doenças mentais.
Quando o tema versa sobre o estresse, os dados são igualmente alarmantes. Segundo levantamento da Isma-BR — representante da International Stress Management Association — 72% dos brasileiros que estão no mercado de trabalho sofrem alguma sequela ocasionada pelo estresse. Um estudo da London School of Economics, conduzido em 2016, mostra que os afastamentos por doenças psicológicas causaram perdas de US$ 246 bilhões (cerca de R$ 800 bilhões), por ano no mundo; e de US$ 63,3 bilhões (R$ 206 bilhões) só no Brasil.
Estima-se que 20% dos funcionários brasileiros estejam trabalhando mediante forte pressão emocional — que compromete a saúde física e psíquica, resultando em prejuízos relacionados à produtividade, absenteísmo e turnover elevado.
Nesse cenário, um negócio de impacto social tem auxiliado os brasileiros a inserir a saúde mental entre as prioridades pessoais. Pioneira, a Vittude foi criada em 2016 por Tatiana Pimenta e Everton Höpner; hoje, a plataforma de terapia online está presente em mais de 50 países, possui mais de 13 mil usuários e cerca de 3 mil psicólogos cadastrados que realizam, em média, 4 mil atendimentos — nos formatos presencial e online.
Levando em consideração que metade dos municípios do Brasil não tem psicólogos em suas cidades, a solução tem atuado para democratizar o acesso à terapia, levando a possibilidade de brasileiros e brasileiras serem atendidos por profissionais pela plataforma. A solução está presente em 1.417 cidades brasileiras; entre os usuários, 64% são mulheres e 36%, homens. Na análise da modalidade, 80% optam por atendimento online.
Para atender pacientes em todos os continentes, a startup desenvolveu um consultório virtual criptografado, que garante a confidencialidade das consultas, seguindo os protocolos internacionais de privacidade. Para atuar com o mercado corporativo, a empreendedora criou o Vittude Corporate, que auxilia empresas e funcionários a abordarem a temática com apoio especializado.
A proposta da Vittude Corporate — cujo objetivo é democratizar o acesso à terapia no ambiente corporativo — é permitir que as empresas protejam o capital intelectual com uma lógica de investir em promoção à saúde mental. Na maioria das vezes, questões relacionadas à saúde psíquica começam a aparecer após anos de trabalho, sendo que a prevalência aumenta em cargos e posições de liderança. Com a redução dos tempos para as tomadas de decisão e uma maior pressão por resultados, estabelece-se um quadro potencial para o surgimento de ansiedade, estresse e depressão.
Ao contratar o Vittude Corporate, as empresas passam a oferecer tratamento especializado e preventivo via atendimento psicológico e a ter acesso a palestras de conscientização e um kick off do programa — com distribuição de material informativo, cartilhas e apresentação do diagnóstico da saúde mental da equipe. Semestralmente são conduzidas avaliações para mensurar as melhorias e benefícios obtidos durante o período.
A premissa do Vittude Corporate é ser um apoio para o desenvolvimento da felicidade no ambiente corporativo, dando acesso social a um atendimento que no Brasil ainda é associado à alta renda. Cuidar da saúde mental é fundamental para termos uma sociedade mais equilibrada e conectada com a transformação social.
Maure Pessanha é coempreendedora e diretora-executiva da Artemisia, organização pioneira no fomento e na disseminação de negócios de impacto social no Brasil.
Texto publicado originalmente no Blog do Empreendedor — Estadão PME.
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